Vereador classifica como ‘narrativa muito frouxa’ agressão contra criança em creche 

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Vereador classifica como ‘narrativa frouxa’ agressão contra criança em creche – Foto: Reprodução

Cabo Renato Abdala (PRD) saiu em defesa da ex-Técnica em Educação da Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga, exonerada e indiciada pela Polícia Civil por maus-tratos.


O vereador Cabo Renato Abdala (PRD) conhecido por suas falas ásperas, e por vezes controversas, protagonizou uma fala minimamente polêmica ao defender na tribuna da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, durante a 7ª sessão ordinária, realizada nesta segunda-feira (4.mar), o caso envolvendo a ex-Técnica em Educação, C.A.S.S., lotada no Cemei Profª Vandira Figueira da Costa Zacarias, no bairro Pacaembu, acusada de ter provocado a queda de uma criança de apenas 2 anos, no dia 3 de outubro de 2023.

A ex-servidora enfrentou um processo de sindicância aberto pela Prefeitura logo após o vazamento do caso pela imprensa e acabou exonerada no último dia 16 de fevereiro, quatro meses depois do ocorrido; além de indiciada em um inquérito instaurado pela Polícia Civil.

Ainda conforme apurado e noticiado pelo Diário, o inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que propôs uma audiência preliminar, agendada para o dia 24 de maio, para acordo entre réu e promotoria. Se firmado o acordo, a mulher deverá cumprir pena antecipada de multa ou restrição pelo crime de maus-tratos com agravante da vítima ser menor de 14 anos.

Entretanto, na última sessão da Casa de Leis, marcada pela entrega do 1º Prêmio “Mulher Destaque – Maria Muro Pozzobon”, o parlamentar ao utilizar seu tempo de líder de partido, saiu em defesa da ex-cuidadora e atacou a imprensa local: “Tenho que me posicionar também contra uma narrativa muito frouxa utilizada aí pela gestão e pela imprensa local sem conhecer alguns fatos pormenores quando citaram a demissão de uma profissional lá que agrediu uma criança. Não estou validando a agressão dela, mas uma imprensa tem que mostrar o lado daquela mulher”, afirmou.

Vale ressaltar que a reportagem do Diário de Votuporanga, valendo-se de uma das premissas básicas do jornalismo profissional e ético, [claramente desconhecida pelo parlamentar], por mais de uma vez, tentou contactar a ex-servidora, porém, nunca obteve retorno, permanecendo em aberto o espaço para manifestação.

Ainda sobre o caso, o vídeo do episódio de agressão veio à público recentemente, inclusive, sendo divulgado pelo Diário. Nas imagens que embasaram as matérias sobre o caso, classificadas como “narrativa frouxa” por Cabo Renato Abdala, é possível ver quando C.A.S.S., sentada em um canto da sala, puxa o menino pelo braço e o atira no chão. Ele cai batendo a boca no chão e chora. Mesmo após vê-lo ferido, a mulher não esboça nenhum tipo de arrependimento e permanece sentada, ignorando o desespero do garoto. 

As imagens também mostram que outras duas funcionárias estavam na sala e presenciaram a ação. A criança se levanta e vai até outra educadora.

Ainda segundo apurado, essas educadoras também foram ouvidas durante a sindicância aberta pela Prefeitura, mas disseram que não viram a agressão.

A criança foi encaminhada para outra creche.