‘Velozes e furiosos: Hobbs e Shaw’ é cafona, clichê, absurdo e muito divertido

1849
Jason Statham, Dwayne Johnson e Vanessa Kirby em cena de 'Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw'

Filme com Dwayne Johnson e Jason Statham, derivado da franquia de carros e ação, se dá bem ao abraçar seu ridículo. Produção está em cartaz em Votuporanga

Jason Statham e Dwayne Johnson em ‘Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw’

 

É difícil errar ao pegar dois dos melhores e mais carismáticos astros de ação da atualidade e jogar milhões de dólares neles até sair um filme. “Velozes e furiosos: Hobbs e Shaw” é o resultado, uma mistura certeira de diálogos cafonas, clichês absurdos e momentos impossíveis, mas extremamente divertidos.

O derivado de uma das franquias de maior sucesso do cinema (fora da Disney) estreou nesta quinta-feira (1º) no Brasil. Ao deixar para trás algumas das limitações da saga estrelada por Vin Diesel, “Hobbs e Shaw” abraça de vez o ridículo e se torna tudo aquilo que a parceria entre Dwayne Johnson e Jason Statham poderia ser.

Golpes previsíveis…

Os dois já faziam a linha “iniamigos” (versão brasileira dos “frenemies” americanos) desde o primeiro confronto em um dos milhares de “Velozes e furiosos” – Statham estreou como Shaw no sexto, mas só se juntou à galera oficialmente no sétimo; já Johnson apareceu como Hobbs a partir do quinto. Ambos como antagonistas que se tornaram aliados.

No papel do grande vilão está outro fortão carismático, o britânico Idris Elba (“A torre negra”), que interpreta um mercenário implacável com toques de cibernéticos. Ou seja, algo como “Missão: Impossível 2″encontra “O Exterminador do Futuro”.

…mas que encaixam

Se o enredo não é lá dos mais originais, as cenas de ação valem o ingresso. O diretor David Leitch usa sua experiência demonstrada em filmes como “De volta ao jogo” (2014) e “Atômica” (2017) para construir belas sequências em que a pancadaria come solta.

Ele ainda cede aos famigerados cortes rápidos e câmeras tremidas nos momentos mais explosivos, mas os combates corpo-a-corpo fazem bom uso das experiências marciais dos protagonistas.

Já os atores, que nunca se acanharam em produções menores ou mais toscas, encontram em “Hobbs e Shaw” o melhor uso para as suas habilidades. A diversão da dupla é evidente na maior parte do filme.

Até que a morte os separe

Ninguém espera uma grande história inovadora da franquia, então as repetições e pontas soltas incomodam, mas não devem ser um grande obstáculo ao sucesso de “Hobbs e Shaw”. Ele não foi feito para competir pelo Oscar, afinal.

Com participações especiais surpreendentes e um desligamento quase total de “Velozes e furiosos”, o filme da dupla aposta certo em seus pontos fortes e abraça seu ridículo.

Enquanto conseguir não se levar a sério demais, esse bromance tem potencial para durar muito tempo.