De acordo com a pesquisa, os produtos da cesta básica aumentaram devido a problemas climáticos, questões sazonais, aumento no preço das commodities e variação do dólar.
Segundo uma pesquisa do Dieese, encomendada pelo Procon, o valor médio da cesta básica superou o salário mínimo em São Paulo, no mês de maio. O valor da cesta chegou a R$ 1.226, um avanço de 1,36%, em relação a abril.
Higiene pessoal e alimentação foram os itens que mais puxaram essa alta, mas a inflação continua generalizada — dos 39 itens pesquisados, 27 subiram.
De acordo com a pesquisa, os produtos da cesta básica aumentaram por uma série de fatores como problemas climáticos, questões sazonais, aumento no preço das commodities e variação do dólar.
No acumulado de 12 meses, a inflação dos produtos básicos pesquisados pelo Dieese passa de 18%. Bem mais do que a inflação oficial — o IPCA em março ficou abaixo de 12%.
Alguns itens dispararam nesse intervalo de tempo: a batata subiu 70% e o café em pó, que lidera a lista, teve alta de mais de 95%.
A professora de economia do Insper, Juliana Inhasz, lembra que essa inflação sobre os produtos básicos pune mais quem ganha menos.
“Esse indicador mostra que, não só em São Paulo, mas em outras tantas capitais, o custo da cesta básica está muito elevado. Na verdade, só indica um tanto do que a gente já tem percebido ao longo dos últimos tempos, que é uma queda muito grande do poder de compra da população”
Para a economista, daqui para frente, a inflação dos alimentos pode desacelerar, porque os impactos climáticos do começo do ano já ficaram para trás. Por outro lado, outras pressões continuam atuando sobre esses preços, e a principal é o combustível.
“O preço dos combustíveis ainda deve ser um vilão, não só para a cesta básica, mas para o consumo generalizado do brasileiro. A gente ainda enxerga que esses preços continuam subindo, eles devem passar por novos ciclos de aumento ao que tudo indica”, conclui.
