UTI Neonatal: primeiro colinho a gente nunca esquece

642

Mães contam a experiência de abraçar seus filhos pela primeira vez.


Abraçar o que é seu. Sentir o seu calor. Olhar atentamente a cada detalhe do rosto. Segurar as mãozinhas. E enfim ser inundada do sentimento mais lindo: o amor. Maria Eduarda das Dores Marcelino, de 22 anos, é mãe da guerreira Vitória Eduarda Marcelino Cardoso e pode testemunhar o milagre da vida, quando pegou no colo Vitória pela primeira vez.

A pequena nasceu no dia 14 de novembro, com um quilo e 34 centímetros. Ela veio ao mundo com sete meses e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital. O nome Vitória não foi por acaso. Em 15 dias, foram duas cirurgias no intestino e cuidados especiais para recém-nascido.

Maria Eduarda mora em Ilha Solteira e visita sua filha três vezes na semana. Foi quando o quadro de saúde da princesa se estabilizou para que o encontro entre as duas acontecesse de forma ainda mais especial.

Após uma avaliação criteriosa para o melhor momento do primeiro colinho, uma equipe de enfermeiros, fisioterapeutas e médico garantiram o acolhimento e a humanização. Tudo é minuciosamente analisado para que a experiência seja benéfica para os pais e, principalmente, para os pacientes.

O tempo de permanência do abraço é relativo para cada caso. Mas, para as mães que aguardavam tanto por esse momento, é inexplicável. “É um momento de força, tanto para mim quanto para ela. Saber que um serzinho tão pequeno, tão forte, tão guerreira, é um milagre vivo feito pelas mãos de Deus. A sensação é de absurda felicidade e gratidão. Pegá-la no colo pela primeira vez foi inesquecível. Deus é perfeito em tudo que faz e essa experiência ficará marcada eternamente em mim”, destacou Maria Eduarda.

A mamãe é exemplo de fé e força. “Sou tão grata a Deus por cuidar tanto, cuidar de cada detalhe. Vitória é minha primeira filha e espero que, por meio de nossa história, mais pessoas possam ser edificadas”, complementou.

Muitos revelam que a sensação de se tornarem pais só surgiu quando estiveram com os filhos no colo.  Sentem seus pequenos e, assim, são completos. Sentimento similar com o da mamãe Auany Barbosa da Silva, de 20 anos.

O príncipe Benício Nespoli da Silva veio ao mundo no dia 18 de novembro, com 1.285 quilos e 35 centímetros. O contato pele a pele só aconteceu depois de quase um mês. “Fiquei muito emocionada, chorei demais porque era uma das coisas que eu mais queria. Na hora que peguei Benício no colo, senti que ele era meu de verdade, um carinho e uma emoção que eu nunca tinha sentido antes. Algo muito forte que não consigo explicar com palavras”, disse.

A presidente do Grupo de Trabalho de Humanização, Emilia Rodrigues de Faria e Ferreira, ressaltou os benefícios da prática. “Vale a pena ressaltar o quanto os recém-nascidos ficam calmos e relaxados no colo dos pais, facilitando toda a condução da assistência. Para os pais, o quanto o ato auxilia no psicológico, especialmente em lidar com a rotina da UTI Neonatal”, disse.

A médica responsável pela Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Dra. Lara Galvani Greghi, enfatizou que “a família é parte importante do tratamento do pequenino. Então, nossa equipe se esmera em proporcionar esse momento assim que as condições do paciente permitem, para que os pais possam passar por esse momento tão delicado que é a internação de um filho da melhor maneira possível”, finalizou.