Tite se anima com fase de Neymar e elogia nova versão de Gabriel Jesus 

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Tite convoca nesta sexta, os 26 jogadores para amistosos contra Gana e Tunísia, nos dias 23 e 27 de setembro, na França — Foto: Reprodução RBS TV/Gabriel Bolfoni

Treinador da seleção brasileira diz que não há compromisso de convocação de Daniel Alves e nem de ninguém e volta a falar de possível chance a Pedro, do Flamengo: “Fazendo valer”.


Em entrevista à TNT Sports, o técnico da seleção brasileira, Tite, fez panorama do que deve ser a convocação desta sexta-feira – marcada para 11h, na sede da CBF. Elogiou bastante Neymar, Vini Jr e Gabriel Jesus, voltou a falar bastante de Pedro, do Flamengo, e debateu o momento de Daniel Alves, que está no Pumas do México.

Matheus Bachi, filho de Tite que é auxiliar da seleção brasileira, enumerou alternativas – Matheus citou Emerson Royal, Gilberto e até Rodinei, do Flamengo, e Marcos Rocha, do Palmeiras -, mas deixou claro que o encaixe dos laterais da seleção não são exatamente dos jogadores que vão ao fundo, mas sim aqueles que fazem a construção pelo setor central e pelo lado do campo em que atuam.

A seleção brasileira faz os últimos dois amistosos antes da Copa dias 23 e 27 de setembro, na França, contra Gana e Tunísia, respectivamente.

Tite participou da entrevista momentos depois de outra boa atuação de Neymar e reforçou os elogios ao atacante da seleção brasileira e do PSG. 

“A capacidade criativa do Neymar é muito grande. Quando está no melhor nível físico e técnico… ele está fresh, tem percepções muito rápidas, inclusive para fugir de faltas”, comentou Tite, citando um lance na partida entre PSG e Juventus (2 a 1 para a equipe de Paris). 

O treinador também esclareceu que Neymar não concorre mais com outros pontas do seu time. Ou seja, vai jogar apenas na região central do ataque, com liberdade para criar por toda a zona ofensiva. 

“A função do Neymar é naquele bolsão pela esquerda. No PSG tem Messi na direita, Mbappé por dentro, tem dois alas na amplitude, o que favorece o Neymar. Na seleção, ao invés de alas temos externos. Assim ele tem espaço maior de construção, de movimentação, de criatividade. Ele tem um 9 mais atacando espaço, outro segundo meio campista trabalhando na direita (na seleção, Paquetá faz algo parecido com Messi no PSG), ele na esquerda.” 

“Mas do lado Neymar, nunca. Não. Ele é de centro. Às vezes a gente tem utilizado ele com Paquetá, com dois atacantes de lado de campo. Ele pode ter também Gabriel Jesus ou Richarlison ao lado. Com eles fazendo função que o Mbappé fez hoje. Essas são as duas variações táticas mais importantes da seleção. O Neymar de lado é o de 2014, o de 2018, o do Barcelona. Não é o atual”, reforçou Tite. 

O treinador de 61 anos também se aprofundou um pouco mais para comentar a mudança de equipe de Gabriel Jesus, do Manchester City para o Arsenal. O jogador é destaque no novo clube e numa antiga-nova versão: como centroavante. Um centroavante muito móvel, ao seu estilo, mas novamente centroavante. 

“(Quero ele) na faixa central, sim. Em certas situações o atleta tem que tomar decisão, tomar iniciativa, buscar o que é melhor para ele. Quando ele foi para o Arsenal, e aqui não tenho capacidade de ingerência, porque sei que existem série de aspectos numa negociação, sei que ele conversou com o técnico. E isso eu os instruo. Digo, “conversa com o técnico, vê o que ele quer de você, o que quer para sua carreira”. Ele é um jogador de atacar espaço, vive momento de fazer série de gols, retomando protagonismo por dentro. Mas eventualmente por fora também”, acrescentou o treinador da seleção brasileira. 

A influência dos pontas na Seleção 

Pedro foi tema mais uma vez de entrevista de Tite. O treinador não antecipou a convocação do atacante do Flamengo, elogiou e fez referência a Pedro Raul, do Goiás, atual artilheiro do Campeonato Brasileiro, e lembrou das características particulares deste tipo de atacante. 

“Eu não sei se vou convocá-lo, mas ele está fazendo valer (a convocação), sim. Tem característica específica, tem acessórios específicos do 9. Pega o Fred (jogador aposentado), hoje é o Pedro. O cara da última bola, com aproveitamento impressionante no índice de gols e assistências no Flamengo. Tem sim grande possibilidade, mas a concorrência é muito grande no setor”, pontuou o técnico. 

Quando questionado sobre o movimento de Daniel Alves de jogar no México – são oito jogos pelo Pumas até agora -, Tite descartou que tenha feito qualquer acordo com o lateral. Reforçou e enfatizou: não existe compromisso de convocação com jogador algum. Ou seja, não bastava o lateral arrumar um clube para ser chamado. Ele precisa jogar bem e estar bem fisicamente. 

“Não tem compromisso nenhum de convocação. Nem com ele nem com ninguém. O que se busca é o acompanhamento para estar em alto nível. Temos em torno de 50 atletas que mantemos relação muito próxima. Fomentamos e orientamos para estarem nas melhores condições. Conversamos com Gerson na sua recuperação de lesão, acompanhamos Arthur, Rodrigo Caio, Lucas Veríssimo… É uma concorrência leal, elevando sarrafo para a convocação”, afirmou. 

Vivendo últimos momentos como técnico da seleção brasileira, Tite admitiu que a chegada e a consolidação de nomes como Vini Jr, Antony e Raphinha refrescaram sua equipe. Nas palavras do próprio treinador: 

“A seleção tinha resultados, solidez, mas faltava pitada de impetuosidade e de criatividade que esses jogadores trouxeram”, comentou.

Tite definiu o momento de Vini Jr – que marcou na estreia do Real Madrid na Champions League nesta terça-feira – como “extraordinário” e disse que moldou a seleção brasileira para jogar de acordo com essas fartas opções de jogadores driblados que atuam pelo lado do campo.

“Na medida em que se consolidaram, o maior deles é o caso do Vini Jr, mas surpreendentemente Raphinha, Martinelli e Rodrygo, falei: “vamos aproveitar o que temos de melhor”. Já joguei no 3-5-2 no Grêmio, no 4-1-4-1 no Corinthians, com centroavante, sem centroavante. Mas pensei: “aproveita essa geração”… Aproveita o um contra um, a caneta, a carretilha, o jogador que quebra marcação, que quebra cobertura. Faça com que a bola chegue na frente nessas condições, por isso que a amplitude deles é fundamental. Ter dois jogadores abertos são fundamentais para gerar espaço.”