Tarcísio de Freitas fecha com Republicanos para disputar Governo de São Paulo 

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Foto: Reprodução

Com definição, o ministro João Roma (Cidadania) vai para o PL disputar Governo da Bahia.


O ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) definiu acerto para ir para o Republicanos disputar o Governo de São Paulo. A ideia inicial era que ele fosse para o Partido Liberal, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), que gostaria que ele usasse o número 22.

Nas negociações, também ficou acertado que o ministro João Roma (Cidadania) migrará do Republicanos para o PL para concorrer ao Governo da Bahia. 

A candidatura de Tarcísio preocupa rivais, já que ele pode crescer embalado pela crescente polarização e pelo apoio do Planalto. Além disso, há a avaliação de que o ministro, por ser visto como técnico e menos afeito aos arroubos do presidente, é capaz de furar o teto de votos bolsonarista. 

Contudo, Tarcísio tem sido alvo de críticas de grupos empresariais e sua fama de realizador é contestada pelos gastos da pasta, que mostram que o Ministério da Infraestrutura investe menos do que no passado. 

Uma reportagem da Folha desta semana mostrou que Tarcísio é vendido por seu grupo político como um entregador de obras e concessões. Um levantamento do mesmo veículo de imprensa, mostra que os investimentos da pasta caíram em relação a gestões anteriores. 

Além disso, em São Paulo, estado que Tarcísio pretende administrar, há entregas tímidas na comparação com outras unidades da federação e até obras importantes travadas pelo Ministério da Infraestrutura. 

Tarcísio, diante disso, aposta nas grandes concessões, como a do Porto de Santos e a da rodovia Presidente Dutra, como marcas para sua gestão. Ele chegou a ser apelidado de “Thorcízio” por aliados, em uma brincadeira com a força com que usa o martelo durante leilões de ativos públicos. 

A média de investimento anual nos últimos três anos foi de R$ 8,5 bilhões, em valores executados e corrigidos, de acordo com o site Siga Brasil, do Senado. 

Na última gestão, durante as administrações Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), esse valor médio foi de R$ 10,5 bilhões, contabilizando pasta equivalente, a de Transportes, Portos e Aviação Civil. 

No entanto, sob outra realidade econômica e no auge do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o investimento da primeira gestão de Dilma chegava ao dobro disso. 

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), por exemplo, que fica sob o guarda-chuva da pasta de Tarcísio, tem R$ 6,2 bilhões em investimentos previstos para este ano. Em 2012, o órgão investiu R$ 21 bilhões. 

Os números em queda têm reflexos na qualidade das estradas. Levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que o investimento público em rodovias federais, que em 2018 foi de R$ 156 mil por km, caiu para R$ 143 mil em 2020 e teve previsão de R$ 109 mil em 2021. 

*Informações/folha.uol