Sueli Friósi admite que expulsão do PTB foi motivada em parte pelo projeto de lei em prol a comunidade LGBTQI+

1073

Vereadora afirmou ao Diário de Votuporanga que em momento nenhum se arrependeu da proposição e que ida ao Avante lhe concede total liberdade política; Sueli promete contar na Tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (24), todos os motivos para mudança de sigla.


A vereadora Sueli Friósi, eleita com 305 votos, pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) acabou expulsa da legenda recentemente, migrando para o Avante, sendo fundadora do novo partido político em Votuporanga/SP.

O assunto ficou nebuloso e nem a parlamentar, nem o partido explicaram os reais motivos por trás da mudança. À época, Friósi reservou-se a afirmar que uma situação desagradável teria ocorrido internamente, mas garantiu que não houve brigas, que inclusive, teria portas abertas na sigla caso queira voltar futuramente.

“A expulsão não ocorreu por nenhum tipo de problema, mas sim por uma questão de opção mesmo. É um ponto que eu não gostaria de deixar público, pois foi uma situação desagradável. Não foi nada com o partido em si, pelo contrário, o pessoal do partido em São Paulo foi super solícito, não tenho que reclamar em nada, mas são posições que na política a gente precisa se preservar para não ter uma situação pior, então prefiro não citar qual foi a motivação real dessa expulsão. Me deixaram as portas abertas, mas foi por uma decisão de liberdade de ação”, concluiu.

Contudo, nos bastidores, a conversa apontava que um dos motivos que teria causado a expulsão da vereadora do PTB [presidido nacionalmente pelo cacique Roberto Jefferson, aliado de primeira hora do governo de Jair Bolsonaro (sem partido)] seria a iniciativa de instituir no município o “Dia da visibilidade de pessoas transexuais”. Projeto que acabou arquivado pelos vereadores. 

Nesta sexta-feira (21), ao Diário de Votuporanga, a vereadora admitiu que um dos motivos foi de fato a proposição, mas que existem outros fatores que serão expostos durante a sessão ordinária de segunda-feira (24), na Câmara.

“Essa é uma situação que está dentro do pacote. Uma das motivações foi essa sim, porque estou emplacando a causa LGBTQI+ em Votuporanga. Porém, não é só isso, e quero explicar na tribuna todos esses detalhes e esclarecer a população”, salientou a parlamentar. 

Questionada, Sueli Friósi afirmou que não se arrepende da propositura e enfática: “Jamais. Jamais. Entrei na vida política para lutar por pessoas, pela comunidade, pela população. As pessoas independem de orientação sexual para serem humanas e necessitam de respeito. Por isso, eu não largo essa causa nunca”, afirmou.

A vereadora ainda explicou o embate que teve durante a reunião de comissões com o colega Cabo Renato Abdala (Patriota) que propôs exames toxicológicos anuais aos vereadores: “Não fui contra porque uso maconha, cocaína ou qualquer outra droga, fui contra porque acredito que seja inconstitucional a iniciativa. Existem coisas muito mais importantes, em meio à uma pandemia, para fazer pelos votuporanguenses”, concluiu Friósi. 

Perguntada sobre o novo partido, Sueli explicou que agora compõe a base da Administração Municipal e que enfatizou total liberdade de ação: “Tenho total liberdade para trabalhar e emplacar qualquer que seja militância e iniciativa em defesa da população, coisa que não tinha”.