O PASSADO É O LOCAL ONDE DEUS TE ACHOU
Muitos tentam apagar o passado, como se a vida fosse um caderno e o tempo uma borracha.
Tentam rasurar lembranças, esconder erros, reescrever capítulos com arrependimento e vergonha.
Mas o curioso é que foi exatamente lá — nesse endereço que você gostaria de esquecer — que Deus te encontrou.
O passado que você quer apagar é o CEP onde Ele te achou. E Ele não mandou mensagem dizendo: “mude-se para um lugar melhor que Eu te visito, e te busco”. Não.
Ele foi até lá, onde a dor morava, onde o chão ainda marcava seu tropeço. Foi no beco escuro da tua história que Ele acendeu a luz.
A gente sonha com recomeços impecáveis, mas Deus começa a obra com o barro sujo mesmo.
Antes de demolir o passado, lembra: foi ali que Ele te viu, te amou e te convidou para um novo hoje.
Deus não te encontrou num palácio, mas num ponto de ruína, e ainda assim, te amou, te chamou de filho, e te convidou para um hoje diferente.
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi.” (João 15,16)
PIOR O SILÊNCIO DAS CRIANÇAS DO QUE OS GRITOS DO PAI BÊBADO
Pior que os gritos do pai é o silêncio das crianças quando ele chega bêbado em casa. Silêncio pesado, denso, que parece ter medo até de respirar.
O pai entra, a mãe disfarça o tremor nas mãos, e a casa — que deveria ser porto seguro — vira campo de guerra.
A mãe tenta erguer o olhar dos filhos, mas o coração pequeno entende: quem devia proteger agora é quem mais assusta.
E cada noite vivida assim é um pedaço da infância que se vai, um tijolinho da inocência arrancado à força.
Tomara que esse silêncio seja uma oração muda, pedindo a Deus que o pai volte a ser pai,
que a casa volte a ser lar, que o abraço volte a ser abrigo e não cela. Porque o que não é curado hoje, vira herança emocional amanhã.
O eco desse medo será ouvido em outros lares, em outros filhos. Que Deus entre agora onde o medo mora — e transforme o silêncio em oração atendida.
“Deixai vir a Mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus.” (Mateus 19,14)
CONHECIMENTO SEM AMOR PODE SER DESEJO DE DOMÍNIO
Um tempo atras, o poderoso era quem tinha terras, o agricultor, ele poderia produzir alimentos, depois, com a revolução industrial quem tinha indústria, capital.
Hoje, o poder está nas mãos de quem tem informação, conhecimento. Mas aí que está, o saber sem caridade também é perigoso. Ele se disfarça de sabedoria, mas no fundo é vontade de controle.
Quando o conhecimento não é usado com compaixão, ele se torna manipulação. É o tipo de saber que quer mandar, não servir.
E seria muito bom, se aprendêssemos a amar na mesma intensidade que a gente adquire conhecimentos. Mas não, vemos mais gente ansiosa por entender o mundo do que disposta a entender o outro. A maioria ainda prefere saber ao amor, saber trás poder, amor trás responsabilidades.
“O saber incha, mas o amor edifica.” (1 Coríntios 8,1)
O SENHOR É MEU PASTOR, E ME FALTARÃO COISAS SIM
Esses dias entrei numa casa e vi uma Bíblia aberta na estante, no Salmo 22. As páginas já amareladas denunciavam o tempo.
Pensei: “Talvez tenham deixado aberta pra não faltar nada.” Mas, olha, vai faltar sim. Vai faltar dinheiro, saúde, companhia. Vão faltar pessoas que a gente queria perto.
E não, a Bíblia não está errada — o erro é interpretar errado.
Estar com o Senhor não significa ausência de faltas, mas presença de direção.
Quando o salmista diz “nada me faltará”, ele fala de paz, de sentido, da certeza de que, mesmo no vale escuro, há um Pastor que conduz. Porque às vezes Deus não tira o vale — Ele ilumina o caminho dentro dele.
“Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois Tu estás comigo.” (Salmo 22,4)
A CRENÇA PODE ATÉ SER MANIPULADA, O SABER NÃO
O rei Salomão teve a chance que todo ser humano sonharia: Deus lhe ofereceu qualquer coisa que pedisse.
E ele, ao invés de riquezas ou fama, pediu sabedoria. Pense bem, o que você pediria?
A sabedoria faz saber, não apenas acreditar. E tem gente que acredita tanto que até esquece de pensar.
Acreditar é bonito, mas às vezes é confortável demais — por isso é tão fácil manipular crenças.
Agora, o saber é diferente. O saber liberta, ilumina, questiona.
Aristóteles dizia que a dúvida é o início da sabedoria — não a dúvida que paralisa, mas a que busca entender.
Salomão se tornou grande não pela espada, mas pelas decisões certas.
E há uma diferença enorme entre ser inteligente e ser sábio: o inteligente aprende com seus erros; o sábio aprende com os erros dos outros. Vai, seja sábio — e saiba.
“Feliz o homem que encontrou a sabedoria e adquiriu a prudência.” (Provérbios 3,13)
Por: Carlinhos Marques
Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já”
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www.novosinai.org.br





