Para tentar desmobilizar o movimento nacional das ações iniciadas em abril, o Governo Lula (PT) acenou com R$ 120 milhões a mais para custeio em 2024 e categorias aguardam novas mesas de negociação para as carreiras.
Na última quarta-feira (5.jun), reunidos em assembleia, os servidores técnico-administrativos e docentes do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) – Votuporanga deliberaram por continuar na greve nacional da Educação Pública Federal. Em todo o país, mais de 550 campi de Institutos Federais seguem parados.
Nesta segunda-feira (10), o presidente Lula (PT) reuniu os reitores dos Institutos e Universidade Federais para anunciar obras de expansão da Rede Federal e um acréscimo de aproximadamente R$ 120 milhões a mais em custeio em 2024 para os campi já existentes.
“A reunião aconteceu porque nossa greve chamou a atenção da população para o sucateamento da Rede Federal e, embora esse valor não seja suficiente, foi arrancando por nossa força. Agora esperamos que o PLOA 2025 traga valores maiores que os de 2024 e 2023, pois precisamos sair logo da asfixia orçamentária”, analisa o professor Michael Bomm.
Na oportunidade, Lula, que surgiu na vida pública como líder sindical dos metalúrgicos na região do ABC Paulista na década de 1970, apelou para o término da movimentação e disse que muitas vezes insistiu no “tudo ou nada” em negociações salariais e acabou com nada: “Eu sou um líder sindical que nasceu no tudo ou nada. Para mim era o seguinte: ‘é 100% ou nada’, ‘ou é 83% ou nada’, ‘ou é 45% ou nada’. Muitas vezes eu fiquei com nada”, afirmou.
Nesta terça e na sexta-feira, dias 11 e 14, novas rodadas de negociação com os servidores técnico-administrativos e docentes, respectivamente. O Sinasefe e o Andes, representantes das categorias federais da Educação, farão atos públicos na capital federal. O IFSP Votuporanga estará representado pelos professores Cecílio Rodas e Daniel Bomm.
Os professores e técnico-administrativos reivindicam o que chamam de “3 R”: Revogação, Recomposição e Reestruturação. Recomposição Orçamentária como solução para se desfazer o sucateamento das unidades educacionais federais e a Reestruturação das carreiras como forma de conter a saída de profissionais para outras carreiras.
“O que explica na reestruturação investir, em média, R$ 50.000,00 por cada agente de polícia da esfera federal e apenas R$ 28.000,00 por professor federal e a mixaria de R$ 14.000,00 por técnico-administrativo”, pergunta o professor Michael Bomm. “O discurso de valorização das carreiras da Educação precisa virar prática, pois a população sabe dos ótimos resultados do nosso Ensino Médio, por exemplo”, defende.
Desde o início da greve, os servidores do Instituto Federal já organizaram várias atividades, dentre elas os atos públicos de doação de sangue e de visita à Câmara Municipal, onde obtiveram uma Moção de Apoio dos vereadores.
O Campus Votuporanga está localizado na Zona Norte de Votuporanga, na Avenida Jerônimo Figueira da Costa, 3014, no bairro Pozzobon. Orientações gerais da administração da unidade sobre a greve estão publicadas no site do Campus Votuporanga: vtp.ifsp.edu.br