Seleção Brasileira encerra 2024 em situação instável 

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Seleção Brasileira encerra 2024 em situação instável - Foto: Adriano Machado/Reuters

Atuação contra o Uruguai trouxe mais dúvidas do que certezas.


O último jogo da Seleção Brasileira, valido pela décima segunda rodada das Eliminatórias da Copa 2026 – América do Sul, contra a Seleção do Uruguai, trouxe mais dúvidas do que certezas em relação ao desempenho tático do time comandado por Dorival Júnior. 

Quanto à classificação, a Seleção Brasileira terminou a última data FIFA de 2024 na quinta colocação, que lhe garante vaga direta para disputar a Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México. Esse posicionamento, embora não seja condizente com a tradição do futebol brasileiro, reflete fielmente o momento que o time brasileiro atravessa. 

Pela qualidade técnica e tática das equipes Sul Americanas, é provável que o Brasil mantenha ou até melhore essa colocação. No entanto, as frequentes oscilações de desempenho não transmitem segurança para o enfrentamento de adversários altamente qualificados, como as seleções europeias. 

O estágio tático da Seleção Canarinho poderia estar mais evoluído. Não desmereço o trabalho que está sendo realizado por Dorival Júnior, mas, acredito que não haverá tempo hábil para o preparo de equipe equilibrada e produtiva. É interessante a ideia de jogo, que procura valorizar a verticalidade da equipe, porém está sendo perdida gradativamente a segurança defensiva, que era o ponto forte da Seleção na gestão anterior. 

Vários fatores prejudicam o desempenho atual da Seleção Brasileira. Teoricamente, o elenco habitualmente convocado é qualificado e contempla o que há de melhor em termos individuais. No entanto, a naturalidade com que esses atletas atuam em seus clubes não tem sido replicada na seleção. Além disso, a leitura de jogo do técnico Dorival tem sido equivocada em alguns momentos, especialmente ao efetuar substituições. 

Assim, a responsabilidade pelo momento instável da equipe não pode ser atribuída exclusivamente à comissão técnica ou aos jogadores. Trata-se de uma mescla de falhas estruturais que precisam ser reconhecidas internamente. Por isso, não concordo com a declaração do atacante Raphinha, do Barcelona, que elogiou a atuação do time brasileiro após o empate contra o Uruguai, por 1 a 1. 

Nesta partida, Dorival optou por aumentar o número de atacantes, o que prejudicou o aspecto criativo do time. Os atacantes Luiz Henrique e Gabriel Martinelli, assim como o volante Bruno Guimarães, mostraram rendimento abaixo do potencial que costumam demonstrar em seus clubes. Na tentativa de chegar à vitória, os atacantes foram escalados para atuarem em posições diferentes do que estão habituados, enquanto Bruno Guimarães não atravessa boa fase técnica. 

A impressão que fica é de que a equipe brasileira não consegue reproduzir movimentos planejados por longo tempo e desorganiza-se com facilidade. Esse cenário impede o surgimento de desempenhos uniformes. 

A cada jogo surgem diferentes falhas – algumas sanadas outras não – o que impede a evolução rápida e clara do trabalho do grupo. O ano de 2024 trouxe pelo menos um norte a ser seguido, por isso, acredito que seja precipitado optar por uma nova troca de comando técnico. O que o grupo necessita é de tempo para reproduzir fielmente o que está sendo treinado. Só assim a evolução se tornará real. 

A expectativa para o próximo ano é que as dificuldades continuem nas Eliminatórias da Copa – América do Sul, uma vez que a maioria dos próximos adversários estão mostrando desempenho mais consistente que o da Seleção Brasileira. Infelizmente, não há perspectiva de melhora substancial a curto prazo.

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