Projeto está em andamento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Geral e COVID-19, beneficiando os pacientes.
Apelidos carinhosos, atividades que mais gosta, preferências musicais, nomes de esposa, marido, filhos. São muitas as informações que definem quem é a pessoa por trás do paciente. E são esses detalhes que constroem o prontuário afetivo dos internados da Santa Casa de Votuporanga, referência para 53 cidades da região.
A iniciativa beneficia assistidos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Geral e COVID-19, com envolvimento multiprofissional e, inclusive, da família. Os dados são fixados junto ao leito, aproximando os colaboradores, médicos e assistido de uma forma mais humana e menos técnica.
Alessandra Zanovelli, coordenadora da Experiência do Paciente, Qualidade e Segurança, explicou sobre o projeto. “Nas nossas reuniões, o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) já estava planejando uma ação. Conversamos com o setor de Psicologia para identificar possíveis efeitos, se poderia causar mais sofrimento ao colaborador que já está fragilizado por todos os desafios que nos afetaram nesta pandemia. Após essa etapa e apoio de todos os profissionais, personalizamos nosso próprio prontuário afetivo, com características que representam um pouco da visão de acolhimento”, contou.
Para o preenchimento das informações, o Serviço Social e a Psicologia realizam contato telefônico um familiar de referência (pais, esposo, filhos e irmãos), orientando o objetivo do prontuário afetivo. “O projeto estabelece um vínculo maior com a equipe dos cuidados, estimula o paciente através das informações colhidas e mantém um diálogo mais a assertivo”, disse a coordenadora de Serviço Social, Ticiane Carla Luiz Camilo.
Em contato com as famílias, Ticiane revelou que eles ficam emocionados. “Essa intervenção é um dos meios de se aproximarem desses entes e reforçarem ainda mais, não só para a equipe, mas também para o próprio paciente, o quanto que ele é importante e querido. É um resgate dessas afetividades das relações humanas e também contribui para uma assistência mais humanizada. Agradecem muito pela ação e acreditam que possa melhorar na evolução do tratamento”, complementou.
A aproximação com a equipe de saúde proporciona um ambiente mais favorável para a recuperação do paciente, visto que ele se sente acolhido e mais seguro. Além destes, pode se disparar gatilhos motivacionais para acelerar seu restabelecimento.
A psicóloga Lucilene Andrade ressaltou a mudança de ótica do cenário para o assistido. “Quando coletamos essas informações pessoais, mais próximas do dia a dia, conseguimos nos aproximar do seu cotidiano fora do Hospital. Ao nos preocuparmos com seus gostos, seus apelidos, sua família, transformamos a Instituição em um ambiente mais tranquilo, humanizado e acolhedor possível”, frisou.
Para a presidente do GTH, Emília Rodrigues de Faria e Ferreira, o prontuário afetivo traz ainda mais humanização. “Muitas vezes, com a rotina cansativa e difícil, a maioria dos profissionais não conhece a história de vida de seus pacientes, não sabem do que eles gostam, seus hobbies, profissão, hábitos. O objetivo é mostrar que estamos cuidando do amor de alguém, que aquela pessoa é a esposa, a mãe, a filha, a avó de alguém”, disse.
Para Emília, a equipe fica mais sensibilizada com a história do assistido, traz aproximação, e humaniza o atendimento para além de ações técnicas. “Além disso, ele se sente mais motivado em fazer parte do processo de reabilitação, com mais satisfação e realização profissional”, enfatizou.
O provedor da Instituição, Luiz Fernando Góes Liévana, enalteceu o projeto. “A Santa Casa preza pela humanização e qualidade dos atendimentos. Essa iniciativa só comprova a nossa preocupação em acolher cada assistido com o nosso melhor, enxergando o paciente como um todo. Entendemos que cada paciente é o amor da vida de alguém e sua história merece ser respeitada”, finalizou.