Santa Casa de Votuporanga é homenageada por excelência na captação de órgãos

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Santa Casa de Votuporanga é homenageada por excelência na captação de órgãos - Foto: Reprodução

Instituição foi reconhecida por sua atuação humanizada durante o IV Encontro das CIHDOTTs, realizado no Setembro Verde.


Em um cenário em que a solidariedade pode mudar destinos, a Santa Casa de Votuporanga foi reconhecida por sua contribuição significativa à doação de órgãos e tecidos no Estado de São Paulo. A Instituição recebeu uma homenagem especial durante o IV Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs), realizado na UNIP Indianópolis, em São Paulo, como parte das ações do Setembro Verde – mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.

A premiação é promovida pela Central Estadual de Transplantes de São Paulo e destaca as instituições de saúde que mais se dedicam à sensibilização de famílias e à viabilização de transplantes, contribuindo diretamente para salvar vidas.

A homenagem recebida é mais do que um reconhecimento técnico: é o reflexo de um trabalho movido por humanidade, empatia e pelo respeito à vida em seus momentos mais delicados.

Equipe que acolhe, transforma e salva vidas

A Santa Casa de Votuporanga esteve representada no evento por profissionais que são referência em sua atuação:

  • Fernanda d’Ávila, gestora estratégica de Assistência, Qualidade e Segurança do Paciente
  • Adriano Marques, coordenador da Qualidade
  • Daisy Vitor, gerente de Enfermagem
  • Bruno Chiquetto, enfermeiro da CIHDOTT

“É um reconhecimento que emociona, pois celebra cada vida que pôde recomeçar por meio da doação. Agradecemos especialmente às famílias que, mesmo em um momento de dor profunda, disseram sim à vida de outras pessoas”, destaca Fernanda d’Ávila.

Como acontece a captação de órgãos?

Uma jornada silenciosa, feita com respeito, técnica e um profundo amor ao próximo.

Por trás de cada transplante bem-sucedido, há um processo cuidadoso, delicado e profundamente humano. A captação de órgãos é uma verdadeira corrente de solidariedade que exige preparo técnico, empatia e ética em cada etapa.

Conheça como essa jornada acontece:

1. Identificação do possível doador

Tudo começa com a avaliação médica criteriosa de um paciente com morte encefálica ou parada cardiorrespiratória irreversível. Somente médicos capacitados, seguindo protocolos rigorosos, podem confirmar o diagnóstico de forma definitiva.

2. Comunicação à CIHDOTT

Confirmado o quadro clínico compatível com a doação, o caso é notificado à CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. A partir daí, a comissão assume o acompanhamento, com total respeito à dignidade do paciente e de sua família.

3. Acolhimento e conversa com a família

Esse é o momento mais sensível e humano de todo o processo.
A equipe — composta por médicos, enfermeiros e, muitas vezes, psicólogos — acolhe a família com escuta, empatia e informação clara. A decisão é exclusivamente da família e precisa ser tomada com apoio, serenidade e respeito. Dizer “sim” à doação é um ato de generosidade imensurável, especialmente em meio à dor da perda.

4. Avaliação dos órgãos e testes de compatibilidade

Com a autorização familiar, são realizados exames para avaliar a viabilidade de cada órgão e a compatibilidade com os pacientes que aguardam na fila de transplante. O cuidado é extremo: cada detalhe conta para garantir a segurança do receptor e o sucesso do procedimento.

5. Captação cirúrgica

Uma equipe médica altamente especializada realiza a retirada dos órgãos com técnica apurada, dignidade e profundo respeito. Todo o processo segue normas éticas e legais, preservando ao máximo a integridade e a memória do doador.

6. Transporte e transplante: a vida recomeça

Após a captação, os órgãos são transportados com urgência para os hospitais onde os receptores aguardam. Tempo é vida.
Em cada voo, em cada ambulância, corre a esperança. E, no destino, uma nova chance floresce.

Doação de órgãos: um gesto que transforma a dor em esperança.

A Santa Casa de Votuporanga se orgulha de fazer parte dessa rede de amor, respeito e compromisso com a vida.

Números que representam esperança

De janeiro até agora, a Santa Casa de Votuporanga viabilizou a captação de 54 órgãos, sendo:

  • 42 córneas
  • 8 rins
  • 4 fígados

Esses resultados são fruto de um trabalho incansável, feito com ética, planejamento e principalmente, com respeito às decisões das famílias envolvidas. O papel da CIHDOTT da Santa Casa é garantir que o processo aconteça de forma técnica, segura, mas sem jamais perder a sensibilidade diante da dor.

Doar é perpetuar o amor

Ser homenageada entre as instituições que mais se destacam no Estado reforça a posição da Santa Casa de Votuporanga como referência em captação de órgãos — e também como exemplo de cuidado humanizado.

A Santa Casa reafirma seu compromisso de continuar promovendo a conscientização sobre a importância da doação de órgãos, combatendo tabus, informando a população e acolhendo cada família com o carinho e respeito que esse gesto merece.

Porque doar é, antes de tudo, um ato de amor. E amor, quando compartilhado, tem o poder de continuar vivendo — em outras pessoas, em outras histórias, em outras vidas.