SanSaúde implanta plantão psicológico

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Projeto Acolher foi idealizado pelas psicólogas Vanessa Schiavo da Silva Gomes e Analine Pereira da Silva Gomes para atender de forma emergencial adolescentes, adultos e idosos.

Em plena pandemia de COVID-19, em algum momento você conhece alguém que sofreu de urgências psicológicas, considerados conflitos mais significativos para o indivíduo em determinado momento. E é exatamente nesta situação que o plantão psicológico seria necessário e fundamental para sua saúde mental.

Tal qual um plantão médico, são dores mais fortes que te mobilizam para procurar atendimento. No nosso caso, um sofrimento emocional. O SanSaúde implantou recentemente o projeto Acolher, que visa socorrer neste momento tão paralisante, idealizado pelas psicólogas Vanessa Schiavo da Silva Gomes e Analine Pereira da Silva Gomes.

A iniciativa constitui em uma prática de atendimento imediato de caráter emergencial, caracterizado pela oferta de um espaço de acolhimento e escuta clínica, minimizando os impactos psicológicos devido ao isolamento, perdas e luto em decorrência do Coronavírus.

O objetivo é atender em regime de plantão, beneficiários (adolescentes, adultos e idosos) que procurem o SanSaúde – Assistência Médica em caso de emergência psicológica e acolher, apoiar e orientar as pessoas que buscarem ajuda profissional a partir de situações inesperadas e que estejam em sofrimento.

Vanessa ressaltou que a proposta visa assistir também profissionais da saúde que estão na linha de frente no combate ao COVID- 19 e que estejam passando por grande sofrimento psíquico. A partir do serviço, possíveis demandas que necessitam de acompanhamento psicoterápico e ou de demais especialidades podem ser encaminhadas.

Ela explicou que o projeto é uma escuta pautada no cuidar e, sobretudo, em promover um espaço em que o próprio beneficiário cuide de sua condição existencial diante do sofrimento psíquico causado pela pandemia. “Consideramos o encontro clínico como um processo que provoca e, necessariamente, convoca o outro a pensar sobre seus diferentes modos de estar no mundo ajudando-o a lidar melhor com seus recursos e limites. É uma relação de ajuda imediata, que fornece alívio, orientação e apoio em situações de emergência às pessoas que se sentem desesperadas ou com problemas sérios”, disse.

A profissional enumerou os benefícios. “Este tipo de atendimento auxilia no sentido de diminuir a ansiedade, permitindo uma compreensão do problema, oferecendo novas perspectivas e uma visão mais realista do psicólogo como aquele que sabe ouvir e está ali na hora exata da procura”, complementou.

Como funciona

O plantão terá início no próximo dia sete, no consultório psicológico. O usuário que tiver qualquer queixa que seja vista como sofrimento,  que sentem que precisam de apoio psicológico, deverão ligar na sede do SanSaúde: 17 3426-3000 e informar a atendente que deseja participar da iniciativa.

A equipe irá providenciar avaliação com o médico da Família e da Comunidade, Dr. Ernesto Hoffmann. Após esta etapa, e de acordo com a necessidade, o profissional fará encaminhamento e autorização para o projeto.

À princípio, o atendimento será às sextas-feiras, das 8 às 18h. Analine ressaltou que o usuário atendido não fará psicoterapia, ou seja, não são disponíveis várias sessões. “Trata-se apenas de atendimento emergencial no horário estabelecido para o plantão. Estamos disponíveis para atender familiares que perderam alguém para o Coronavírus, e se necessário, realizar encaminhamento para um atendimento psicoterápico”, frisou.

A profissional falou das expectativas. “Ao oferecer este serviço, acreditamos na necessidade de um olhar mais atento e empático, voltado ao nível da experiência da pessoa, focando não o problema que a traz ao consultório em si, mas sim em sua vivência geral, bem como sua visão diante deste problema e de sua maneira de lidar com a situação a qual se encontra”, enfatizou.

A gestora do SanSaúde, Luana Romano, destacou o projeto, ressaltando a iniciativa das psicólogas. “São profissionais que se colocaram à disposição do outro, a ressignificar os sofrimentos. É mais que um plantão em psicologia, mas uma prática clínica da contemporaneidade, promovendo uma abertura para o novo, o diferente e inusitado, oferecendo um espaço de escuta, acolhimento, apoio e orientação, para que o beneficiário se sinta verdadeiramente ouvido na sua dor”, finalizou.