Peixe gostaria de ter executivo de futebol antes de substituir Lisca, mas ainda não avançou em nenhuma negociação; busca pelo argentino é tratada como ousada nos bastidores.
O Santos mudou a rota na busca por um novo treinador e, nos últimos dias, decidiu ousar. Sem clube, Marcelo Bielsa, com passagens por seleções e grandes equipes, recebeu uma ligação do presidente Andres Rueda.
Apesar de saber que não seria simples e muito menos barato, o presidente, que acumula a função de executivo de futebol, foi convencido de que precisava tentar a contratação do argentino.
Rueda, então, entrou em contato com o treinador. A ideia foi “sair da caixa”, pensar diferente. Para isso, o presidente aceitou que precisaria estar disposto a gastar mais com técnico do que vinha gastando com as últimas contratações.
O presidente está disposto a investir mais no futebol em 2023. E a contratação de Marcelo Bielsa seria somente para o ano que vem. Neste caso, Orlando Ribeiro seria mantido no comando interino da equipe até o fim de 2022 para entregar o departamento de futebol ao argentino na próxima temporada.
A possível contratação de Bielsa muda completamente o rumo do Santos na reta final da atual temporada. Em 2013, quando negociou com o clube, o treinador havia pedido controle total do departamento de futebol.
O Santos, apesar de estar em estágio inicial das conversas com Bielsa, entende que isso pode acontecer novamente. Por isso, se o “flerte” com o técnico evoluir, o Peixe pode brecar a busca também por um executivo de futebol.
Até iniciar as conversas com Bielsa, o Santos dava prioridade para contratar um chefe para o departamento mais importante do clube. Desde a saída de Newton Drummond, o presidente Rueda acumula as duas funções.
O Santos chegou a negociar com Vanderlei Luxemburgo para ser uma espécie de gerente. O técnico comandaria a equipe até o fim do ano, mas já comandando, também, o departamento de futebol. Em 2023, viraria apenas dirigente.
Durante as negociações, Luxemburgo sugeriu ao Santos que fosse técnico e dirigente. Mas o Comitê de Gestão reprovou a chegada do treinador.
De volta à estaca zero, o Santos não evoluiu nos últimos dias na busca por um executivo de futebol. O clube conversou com alguns treinadores, como o argentino Mauricio Pellegrino, mas, justamente por querer um dirigente antes, não foi adiante nas negociações.
Diante de toda a dificuldade para contratar executivo e técnico, o Peixe já vê como natural a permanência de Orlando Ribeiro, o treinador interino, pelo menos até o jogo contra o Athletico, na próxima terça-feira, às 21h.
E, se as conversas com Bielsa evoluírem, Orlando pode seguir no comando até o fim da atual temporada.
Bielsa está livre no mercado depois de deixar o Leeds United, da Inglaterra, clube que comandou por quatro temporadas. Antes, ficou por seis anos na seleção argentina, de 1999 a 2004. Também trabalhou no Lille e no Olympique de Marseille, da França; na Lazio, da Itália; no Atlas e no América, do México; no Atlético de Bilbao, da Espanha; no Newell’s Old Boys e no Vélez Sarsfield, da Argentina; e na seleção chilena.