Camisa 8 levanta torcida, faz golaço que abre caminho para classificação para final e terá, enfim, chance de primeiro título pelo Timão desde 2015; ele fala em aposentadoria no clube.
Desde que voltou ao Corinthians, em julho de 2021, Renato Augusto já teve golaços, boas jogadas, uma lesão chata e, independentemente da situação, o carinho da torcida. Nada, porém, comparável ao que ele viveu na noite deste 15 de setembro de 2022.
Como um regente, Renato Augusto conseguiu controlar as ações de time e torcida na vitória por 3 a 0 contra o Fluminense, nesta quinta-feira (15.set), na Neo Química Arena, que levou ao Timão à final da Copa do Brasil – primeira decisão do clube desde o retorno do camisa 8.
Campeão brasileiro em sua primeira passagem pelo Corinthians, de 2013 a 2015, Renato voltou no ano passado para elevar seu patamar de grande jogador a ídolo do clube que aprendeu a amar. Tem conseguido até mesmo quando não está em campo e o time sente sua falta. Quando está, então.
Nesta quinta, Renato fez de tudo: foi o responsável por trazer a torcida para seu lado logo aos 10 minutos, num lindo chute de chapa que exigiu defesa de Fábio. Depois disso, sim, a Neo Química Arena virou um caldeirão.
Participativo, mas sempre inspirando cuidados, Renato se resguardou sem a bola em uma última linha de marcação, ao lado de Yuri Alberto – ainda assim, não teve vergonha de dar carrinhos, incomodar os volantes Wellington e Martinelli e tentar puxar contra-ataques.
Renato apareceu dentro da área, também, e até como um ponta – quando tentou fazer o “facão”, entrando em diagonal pelo lado direito, e se desesperou ao notar que Fausto Vera não entendeu seu movimento e não fez o passe. O camisa 8 parecia sempre dois, três segundos à frente do Fluminense e até dos próprios companheiros de time.
No segundo tempo, novamente um lance do tipo: armou contra-ataque e esticou bola um pouco mais do que o desejado para Róger Guedes. O camisa 10 desperdiçou, e Renato suspirou.
Depois, com o jogo amarrado, difícil e ainda 1 a 0, ele tratou de acalmar a torcida quando Du Queiroz ignorou as opções de passe e arriscou um chute ruim de longe. Enquanto Róger Guedes reclamava e levava as mãos ao alto, Renato pediu aplausos das arquibancadas. Foi atendido.
Foram 77 minutos em campo. Exausto, Renato deu lugar a Giuliano depois de três finalizações, 28 passes certos, três desarmes e muito suor.
Hoje, Renato Augusto não foi só alçado à condição de ídolo. É também em quem o torcedor canaliza sua esperança de ver o Corinthians campeão ainda em 2022. E pode até encerrar a carreira no clube: “Olha, hoje a ideia é essa. É um lugar que estou em casa, me sinto bem, tenho o carinho do torcedor, diretoria. Mas no futebol tudo muda muito rápido. Acho que tenho condições de ajudar bastante por algum tempo. Hoje minha cabeça não está muito virada para isso. Eu quero jogar mais e buscar títulos para ficar, cada vez mais, na história do clube”, afirmou.
Próximo compromisso
Agora, o Corinthians vira a chave e volta suas atenções para o Brasileirão, já que neste domingo, às 18h, no Estádio Independência, em Belo Horizonte/MG, visita o América-MG.