Documento feito pela Outfield, parceira da Galapagos no FIDC do Tricolor, detalha situação financeira do clube.
Um relatório montado pela Outfield, parceira da Galapagos no fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) do São Paulo, detalhou a situação financeira do clube no primeiro semestre de 2025.
Entre alertas e reconhecimento de bom comportamento, o relatório prevê um superávit no fim deste ano, ao contrário do que mostraram conselheiros tricolores de uma Comissão Financeira criada nos últimos meses para analisar os cofres do São Paulo.
“Dessa forma, entendemos que, embora os resultados parciais tenham sido insuficientes para cumprir o Covenant, considerando as novas receitas auferidas pelo Departamento de Marketing (ex: Renovação Superbet, novos patrocínios, Renovação Live Nation) e por meio das transferências de atletas, o Clube apresenta uma trajetória de recuperação e segue na rota para encerrar 2025 com resultado superavitário, apesar das despesas acima do previsto na operação de futebol até o momento”, diz o relatório da Ouftield.
O que o relatório também apresenta de novidade é uma diminuição da dívida bancária do São Paulo, que é justamente um dos objetivos do FIDC. O endividamento havia chegado, em 2024, a R$ 259,26 milhões. Neste momento, está em R$ 215,86 milhões.
“Após a constituição do FIDC, o São Paulo já foi capaz de reduzir o seu endividamento bancário para níveis inferiores aos de 2023, reduzindo em cerca de 17% seu passivo bancário/oneroso”, também diz o relatório.
Ao todo, de acordo com os dados apresentados pela Outfield, o São Paulo receberá R$ 240 milhões com o fundo de investimentos. Até então, foram alocados nos cofres do Tricolor R$ 135 milhões. Ainda restam R$ 105 milhões, que serão recebidos “conforme o clube apresente novos recebíveis elegíveis à antecipação”.
O relatório também confirma a informação antecipada pelo ge no mês passado, de que o São Paulo pediu um empréstimo de R$ 50,6 milhões para fluxo de caixa. Isso não fere as regras do FIDC, porque foi aprovado pelo Comitê de Crédito do fundo.
Em contrapartida, o relatório relata que um “desenquadramento (…) de aproximadamente R$ 78 milhões nos primeiros trimestres de 2025 ocorreu por conta de despesas acima do orçado no Futebol Profissional. O clube realizou ajustes na sua operação de futebol, mas eles ainda não foram suficientes para o cumprimento do Covenant “Despesas no Futebol”, tendo criado a necessidade de incrementar receitas de transferências de atletas para equilibrar o caixa.”
As vendas de jogadores, como já havia apontado o ge, também superaram o esperado. A previsão apontada era de R$ 44,21 milhões no primeiro semestre. Entretanto, o São Paulo arrecadou R$ 107,28 milhões, com as negociações de William Gomes, Ângelo, e receitas por conta do mecanismo de solidariedade e outros direitos econômicos de atletas.
O relatório da Outfield destaca o trabalho do São Paulo ao não gastar com compra de direitos econômicos no primeiro semestre, “registrando uma redução de 37% nas despesas com aquisição de atletas em comparação ao mesmo período de 2024”. Foi o time do G-6 do Campeonato Brasileiro do ano passado que menos gastou com contratações de jogadores em 2025.
Apesar de resultados negativos de R$ 23,1 milhões e R$ 10,5 milhões nos dois primeiros trimestres do ano, o relatório destaca a melhor financeira do São Paulo.
“Ainda assim, o desempenho representa uma melhora expressiva em relação ao prejuízo de R$ 287 milhões registrado em 2024, quando as Despesas com Futebol chegaram a R$ 452 milhões, sinalizando que as medidas de austeridade implementadas começam a gerar resultados. Entre as iniciativas em curso destacam-se a redução dos gastos com contratações, o enxugamento do elenco com a dispensa de jogadores que não vinham sendo utilizados, a renegociação de contratos administrativos, o fortalecimento da governança e a intensificação de ações de racionalização de despesas operacionais.”
*Com informações do ge