Rejeição da torcida faz Corinthians negar cessão da Neo Química Arena ao Santos 

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Neo Química Arena antes de Corinthians x Água Santa — Foto: Yago Rudá

Diretoria do Timão tem receio de depredações e veta aluguel de estádio a rival.


Corinthians negou a cessão da Neo Química Arena para o Santos enfrentar o Água Santa, na próxima semana, em jogo válido pela 10ª rodada do Campeonato Paulista.

A diretoria do Corinthians vê uma enorme rejeição tanto dentro do clube quanto por parte da torcida a essa medida. Havia ainda receio de depredações ao estádio. No Paulistão do ano passado, o Santos disputou a semifinal vencida por 3 a 1 contra o Red Bull Bragantino na Neo Química Arena, com mais de 44 mil torcedores santistas nas arquibancadas. O Corinthians teve, por exemplo, de retirar uma série de adesivos do Santos colados pelo estádio.

A alternativa encontrada pelo Peixe seria mandar o jogo na arena do Palmeiras, na segunda-feira (17), porém, a situação ainda permanece em aberto, uma vez que o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, disse que o clube voltou atrás no plano de mandar o jogo contra o Água Santa no Allianz Parque devido a um parecer do departamento médico contraindicando que Neymar jogasse na grama sintética do estádio do Palmeiras. O estafe de saúde argumentou que era necessário haver precaução com o retorno do craque, voltando de lesões e recuperando ritmo de jogo.

“Nós tivemos uma questão envolvendo a recuperação do Neymar. A tendência é que a gente consiga dar mais rodagem ao Neymar para que, em um futuro breve, nós optarmos para jogar em grama sintética. Comissão técnica, com departamento médico e de fisioterapia, todos ali juntos entenderam que, neste momento, era necessário ter uma precaução para não expor o jogador a grama diferente, sem ser a natural, a grama sintética”, admitiu o presidente, em entrevista ao Bandsports.

O Santos quer aproveitar o frisson em torno do retorno de Neymar e mandar jogos em São Paulo para faturar mais com bilheteria. Contra o Água Santa, em jogo válido pela 10ª rodada do Campeonato Paulista, o Peixe já queria colocar esse plano em prática, mas não conseguiu. O Corinthians negou a cessão da Neo Química Arena, devido à rejeição da torcida corintiana e alegando preocupação com a qualidade do gramado.

Depois, o Santos chegou a acertar o aluguel do Allianz e a pedir a transferência para a Federação Paulista de Futebol (FPF), mas recuou horas depois, mantendo o jogo para a Vila Belmiro, no domingo.

Já o Pacaembu, outra opção na capital paulista, está operando com alvará provisório, com capacidade reduzida.

Segundo o presidente do Santos, não valeria a pena, financeiramente, mandar o jogo no Pacaembu, com público de quase 20 mil pessoas, próximo à capacidade máxima da Vila Belmiro.

Na entrevista, Teixeira disse que não descarta a realização de partidas até em outros estados durante o restante da temporada. Ele confirmou que Brasília, Cuiabá e Manaus chegaram a ser considerados para os últimos jogos com mando do Santos no Paulistão.

“Nós tínhamos uma proposta muito boa para jogarmos uma partida em Brasília e outra em Cuiabá, que seriam os dois mandos de jogos que nós temos, tanto do Água Santa em Brasília quanto o Noroeste em Cuiabá. Porém, a comissão técnica entendeu que poderia haver um desgaste no caso das viagens. Financeiramente, estava perfeito, nós já tínhamos acertado as condições junto aos organizadores. A tendência era que a gente pudesse confirmar esses dois jogos. Não foi possível. Eu concordo com a comissão técnica, porque haveria uma logística, pelo pouco tempo de treinamento e pelas viagens que teríamos nos deslocamentos a Brasília e Cuiabá, entendemos que não seria possível. Depois houve uma tentativa de Brasília e Manaus, para mudar o jogo de Cuiabá para Manaus. Independente da sede, fica aberta essa possibilidade. Estamos abertos tanto para a Copa do Brasil quanto para o Campeonato Brasileiro de fazer algumas partidas nesses estádios. São estádios muito bons, que a gente pode utilizar e prestigiar nossa torcida espalhada pelo Brasil”, explicou o mandatário.