Equipe brasileira mostra variação de jogadas, coordenação na marcação e muita criatividade em resultado de 4 a 1 que saiu barato para os uruguaios. Em novembro, jogos contra Colômbia e Argentina.
Quem pedia mais participação ofensiva de Fred, viu. Os que cobravam mais jogadas individuais e menos dependência de Neymar, viram Raphinha e Paquetá desequilibrarem. A quem esperava Fabinho mais à vontade em campo e novos testes, tivemos tudo isso, com boa participação também de Emerson Royal na lateral e de Lucas Veríssimo na zaga.
A delegação do Brasil saiu de Manaus em voo fretado na madrugada de sexta-feira com 31 pontos, na liderança das Eliminatórias, e com boas notícias depois de jogo avassalador contra o Uruguai – venceu por 4 a 1, na Arena da Amazônia na noite de quinta-feira (14), num resultado que ficou barato para o conjunto de Cavani e Suárez.
O primeiro tempo da seleção brasileira terminou 2 a 0, mas poderia ter no placar quatro, cinco gols, tamanhas oportunidades que o time criou. Foram nove chutes na primeira etapa – seis no gol.
Neymar, Raphinha e Gabriel Jesus tiveram mais de uma chance em 49 minutos envolventes para delírio das 12 mil pessoas volta aos estádios na Arena da Amazônia (a renda foi de R$ 2,9 milhões). O experiente goleiro uruguaio Muslera fez nove defesas em toda a partida.
Vamos falar de Raphinha. A desenvoltura do jogador em apenas três jogos pela Seleção é de impressionar. Driblou, tabelou, sofreu faltas, recompôs com aplicação e marcou os dois primeiros gols com a camisa da Seleção. Em suma, não é exagero dizer que ele transformou o ataque do time de Tite. Havia sido assim nos dois jogos anteriores.
É verdade que o Uruguai não vem bem e é preciso salientar também o efeito do forte calor de Manaus, que castigou a equipe uruguaia. Mas o Brasil os maltratou mais. Não os deixou ficar muito com a bola quando perdia, com marcação bem coordenada e retomada rápida da posse. Veja nesses dois lances que destacamos. Da posse ao adversário até a finalização não passaram 30 segundos.
A camisa 9 em aberto
Quando foi preciso atrair a marcação – os uruguaios tentaram pressionar a saída de bola depois de sofrer o primeiro gol -, o Brasil saiu bem também. Mostrou que o entrosamento cresce também com alguns reservas – ponto para a comissão de Tite que, mesmo diante do tempo exíguo, encurta caminhos na preparação dos jogos com vídeos e rápidas sessões de treino. Foi assim que Alex Sandro recebeu de Paquetá, em noite inspirada, e deixou Gabriel Jesus na cara do gol.
O caso do atacante do City merece destaque especial. De volta ao centro do ataque contra o Uruguai, ele vive ótimo início de temporada na ponta direita. Posição que agora tem concorrente de peso como Raphinha. Para seguir na equipe não vai poder titubear tanto quanto hesitou nas oportunidades que teve no primeiro tempo.
Pareceu sem confiança de finalizar. Quando chutou, com categoria e de perna esquerda, por pouco não fez um golaço. Mas ficou claro que Tite ainda precisa de mais observações – e Jesus não é a melhor alternativa, até por preferência pessoal do jogador, que prefere atuar pelo lado.
Gabigol, muito pedido pelos torcedores – maioria rubro-negra em Manaus -, perdeu duas chances, mas marcou na terceira de cabeça. Segue firme no bolo do grupo de Tite.
O treinador levou 25 atletas para esta rodada tripla e usou 23 atletas. Só não entraram em campo Weverton, goleiro do Palmeiras, e Arthur Cabral, atacante do Basel.
Contra o Uruguai, a equipe foi agressiva na maior parte do tempo, sem a bola, na marcação forte em cima do adversário, e com ela teve velocidade e ousadia o tempo todo. Muito por conta também do ritmo de Raphinha, depois com Antony na segunda etapa, mas com ótimas atuações individuais de Fred e de Lucas Paquetá, além de Neymar, é claro.
Agenda da Seleção:
A seleção brasileira volta a campo em novembro, para os últimos dois jogos do ano. Enfrenta Colômbia, em São Paulo, no estádio do Corinthians, dia 11, e viaja para a Argentina para enfrentar dia 16, em San Juan, cidade próxima a Mendonza.
*Informações/ge