Professor: uma das mais nobres profissões

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Por Pérola Ferraz

Sabe-se que a profissão de professor é antiquíssima. Há mais de 25 séculos, o filósofo grego Sócrates foi professor de Platão. Ele não ensinava numa escola, mas sim, em locais públicos, como praças e ginásios. Ele conversava com as pessoas, fazendo perguntas e provocando seus discípulos, obrigando-os a pensar.

Na Grécia Antiga, era muito comum famílias ricas pagarem para um “pedagogo” ministrar

aulas aos seus filhos. Alexandre, “O Grande”, príncipe da Macedônia, foi ensinado por Aristóteles e provou ao mundo daquela época que o conhecimento é, sem dúvidas, a arma mais potente contra um inimigo. Por meio de seus conhecimentos matemáticos, ele conseguiu desenvolver estratégias de guerrilha e batalha que foram usadas, posteriormente, por outros grandes líderes, como Napoleão Bonaparte e, até hoje, continuam sendo fonte de inspiração quando o assunto é conquista. Ele também sabia usar a filosofia a seu favor. Por isso, toda vez que conquistava um lugar, conseguia estabelecer boas relações.

No Brasil, a educação oficial começa em 15 de outubro de 1827, com um decreto imperial de D. Pedro I, que determinava que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. É por causa desse decreto, inclusive, que o Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro.

É inegável o poder de transformação do conhecimento. Entretanto, ao longo da História, percebe-se que este, muitas vezes, foi negado, principalmente aos menos favorecidos, ou seja, durante muito tempo, a educação foi destinada somente aos ricos. No Brasil, por exemplo, somente nos anos 30, com o surgimento dos Grupos  Escolares, é que a Educação gratuita começou a atingir um maior número de alunos.

Na luta internacional pela conquista da garantia do direito à educação, alguns mestres se destacaram: Paulo Freire (1921-1997) foi um professor e filósofo brasileiro, considerado um dos pensadores mais importantes na história da pedagogia mundial e continua sendo uma inspiração para gerações de professores. Ele ensinou 300 cortadores de cana a ler e a escrever em apenas 45 dias. Destaca-se, também, a “pensadora da liberdade”, Hannah Arendt (1906-1975), a qual foi uma das filósofas mais influentes do século 20. Filha de pais judeus, ela nasceu na Alemanha, mas decidiu emigrar para os Estados Unidos no período nazista. Defendia o pluralismo, ou seja, liberdade e igualdade para todos. Arendt foi professora da Universidade de Chicago e da New School Social Research, de Nova York.

A educação passou por muitas fases desde a Grécia Antiga e o domínio da Igreja católica até os dias de hoje. Foi e ainda está sendo  modificada pelas consequências causadas pela pandemia da Covid-19. Muitos mestres foram importantes para a evolução da educação. No entanto, esse processo não pode parar e o contexto atual exige um novo modelo de professor que, assim com os do passado, acredite no poder transformador da educação e tenha coragem suficiente  para continuar lutando por ela.

Nota-se que as palavras profissão e professor se parecem, pois nasceram da mesma raiz etimológica. Ambas derivam do latim professum, do verbo profitēri e a maioria dos significados referentes a elas convergem para um só sentido: professar é algo sério, importante, que requer iniciativa, responsabilidade e segurança. Eis aí o compromisso com a profissão: ser professor é “obrigar-se”, isto é, imbuir-se intimamente neste papel afirmativo e de liderança. Ainda, a comunicação é essencial para o professor. Isto quer dizer que professar não é ação solitária, isolada ou introspectiva. Requer o outro, direciona-se a alguém, só faz sentido porque existe o aluno. O professor deve ser alguém capaz de  encantar, de mudar a vida de cada pessoa que encontra, transformando o espaço em uma atmosfera de aprimoramento intelectual e pessoal que deve ser eterno.

Alunos e professores compõem a orquestra mais linda da vida. O professor rege a melodia mais poderosa de todas, aquela que tem o poder de transformar o mundo. Assim, a educação é mais do que um simples ato de transferir conhecimento, mas sim, uma poderosa ideologia de vida capaz de elevar as virtudes humanas em patamares esplêndidos e formidavelmente revigorantes.

De encantar,  de mudar a vida de cada pessoa que encontra, transformando o espaço em uma atmosfera de aprimoramento intelectual e pessoal que deve ser eterno.

Alunos e professores compõem a orquestra mais linda da vida. O professor rege a melodia mais poderosa de todas, aquela que tem o poder de transformar o mundo. Assim, a educação é mais do que um simples ato de transferir conhecimento, mas sim, uma poderosa ideologia de vida capaz de elevar as virtudes humanas em patamares esplêndidos e formidavelmente revigorantes.

  • Pérola Ferraz – professora de Historia e vice-diretora da Escola SAB