Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo preveem dificuldades mesmo com volta do futebol.
Os presidentes dos quatro grandes clubes de São Paulo se aproximaram nos últimos dias a fim de alinhar medidas para enfrentar a crise decorrente da paralisação do futebol por conta da Covid-19. O principal tema na pauta dos cartolas de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo é o tamanho do corte nos salários dos jogadores.
Andrés Sanchez, do Corinthians, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, do São Paulo, José Carlos Peres, do Santos, e Mauricio Galiotte, do Palmeiras, se reuniram virtualmente na última quarta-feira. Eles avaliam que os clubes terão mais chance de sucesso nas negociações com os atletas se agirem em conjunto. No entendimento dos presidentes, ficará mais fácil convencer os jogadores a abrirem mão de dinheiro caso seja definido um único conceito para os quatro clubes.
Até o momento, cada um agiu de forma isolada. As medidas tomadas por cada clube foram as seguintes:
Corinthians: redução em 25% dos salários dos jogadores em maio em comum acordo.
Palmeiras: diminuição de 25% nos pagamentos dos atletas em maio e junho em comum acordo.
Santos: corte de 70% nos meses de abril, maio e junho, com pagamento de metade do valor descontado no futuro. Medida foi imposta, sem concordância dos atletas.
São Paulo: pagamento de metade (50%) dos vencimentos em carteira e suspensão dos pagamentos de direito de imagem. Redução foi imposta mesmo sem os jogadores aceitarem.
Nas conversas até o momento, todos os presidentes vêm se queixando de dificuldades financeiras. Os que se dizem mais “apertados” são o corintiano Andrés Sanchez e o santista José Carlos Peres. Isso, porém, não quer dizer que os demais estejam em situação confortável. Leco, por exemplo, admitiu que se não fosse a venda de Antony para o Ajax, da Holanda, o São Paulo poderia enfrentar um cenário caótico.
Embora seja o mais tranquilo, o Palmeiras também projeta dificuldades nos próximos meses mesmo com o eventual retorno das competições, devido a queda do números de sócios, falta de receitas de bilheteria e diminuição de outras fontes de renda.
Como o futuro é incerto, mesmo com a volta das competições, os quatro grandes paulistas querem se preparar para eventuais novos cortes. O único que precisará tomar uma decisão imediata é o Corinthians, que optou por fazer um acordo inicial com o elenco referente apenas ao mês de maio.
Por enquanto, as conversas são preliminares. Os dirigentes concordam que cada caso têm suas peculiaridades, mas eles querem construir juntos uma estratégia para enfrentar a crise.
Os quatro grandes paulistas também estão alinhados nas discussões para retomada dos campeonatos e os protocolos de saúde a serem adotados nos treinos e jogos quando o futebol voltar.