Antes mesmo das restrições determinadas pela fase vermelha do Plano São Paulo, o prefeito de Votuporanga/SP decidiu decretar medidas mais restritivas para tentar frear o avanço do Covid. No encontro, os gestores aderiram ao consórcio de vacinas para aquisição do imunizante russo Sputnik V.
Os prefeitos de Votuporanga/SP, Jorge Seba (PSDB); Fernandópolis/SP, André Pessuto (DEM) e Jales/SP, Luis Henrique Moreira (PSDB), se reuniram na tarde desta quinta-feira (4), no auditório do Centro Cultural de Votuporanga, para anunciar medidas conjuntas de enfrentamento ao avanço da Covid-19 na região.
Além das restrições já determinadas pela fase vermelha do Plano São Paulo, os três municípios decidiram restringir as atividades em outros setores, entre eles, a suspensão das aulas presenciais nas redes pública e privada e atendimento presencial aos finais de semanas em segmentos como os dos supermercados e similares.
Jales e Votuporanga já tinham anunciado que aos sábados e domingos apenas farmácias e postos de combustíveis poderiam abrir. Jales vai decidir nesta sexta-feira (5) como ficará o funcionamento dos supermercados aos finais de semana.
À beira do colapso estrutural da saúde, Jorge Seba, já havia inclusive determinado toque de recolher entre 20h e 5h, a fim de evitar a grande circulação de pessoas e por consequência do vírus, tentando assim frear o contágio da população; medida veio por exemplo, após o uso de 105% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Votuporanga – centro médico que é referência também para outras 16 cidades.
No encontro, os prefeitos afirmaram que entre as restrições que passarão a valer a partir do próximo sábado (6), estão à restrição de funcionamento dos mercados e supermercados ao fim de semana e proibição de vendas de alimentos por retirada ou drive thru, estando permitido apenas o serviço de delivery, até às 23h. Os decretos terão validade até os dias 19 e 21 de março, conforme a decisão de cada municipalidade.
O prefeito de Fernandópolis, André Pessuto, classificou o momento como “extremamente complicado” e disse que a região tem enfrentado um problema histórico. “Em Fernandópolis, estamos com 100% dos leitos de Covid ocupados. Somente na UPA utilizamos, em uma semana, 30 botijões de oxigênio”, explicou o gestor, que falou, ainda, em dificuldade para a aquisição de anestésico devido à alta capacidade de internação atual.
Já o gestor votuporanguense, explicou que a decisão veio à tona devido aos momentos dramáticos que têm sido vividos pelas populações das três cidades nos últimos dias. “É uma forma da gente buscar uma curva descendente para essa doença”, afirmou o prefeito que comentou ainda esperar que outros municípios pequenos da micro região adotem a mesma postura.
Por sua vez, o prefeito de Jales, Luis Henrique Moreira, destacou que desde a última sexta-feira (26), município contabilizou seis mortes e dezenas de novos casos positivos.
No encontro, os três prefeitos também assinaram um termo de intenções para aquisição de vacinas contra a Covid-19 pelo consórcio de municípios, e a inclusão de Votuporanga e Fernandópolis no pedido da prefeitura de Jales para compra conjunta da vacina russa Sputnik V.
De acordo com o prefeito de Jales, inicialmente, havia o pedido junto a embaixada Russa e a União Química S/A [empresa que produz o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina em parceria com os russos], para compra de 45 mil doses; agora, tem prazo de 10 dias para decidirem a quantidade de doses e alterarem à intenção de compra. Duas doses (necessário para imunizar uma pessoa) custariam de 9,22 a 10 dólares.
No momento, a produção da vacina está em fase de testes. A estimativa de produção mensal, quando aprovada para uso emergencial, é de oito milhões de doses por mês, a partir de março ou abril.