Polícia investiga denúncia de maus-tratos contra criança autista em escola de Rio Preto 

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Imagens de câmera de segurança instaladas na escola registraram o momento da suposta agressão contra a criança autista em Rio Preto — Foto: Reprodução/Câmeras de Segurança

A mãe denunciou em abril deste ano à polícia, que a criança tem dificuldades de locomoção e não fala. Na escola, a menina teria sido agredida física e psicologicamente por uma estagiária.


A Polícia Civil de São José do Rio Preto/SP investiga uma denúncia de maus-tratos contra uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 3 anos, com nível de suporte dois, ocorridos em uma escola de educação infantil da cidade.

O delegado responsável pelo caso, Alessandro Andreotti, disse que a mãe, de 38 anos, registrou boletim de ocorrência, cuja reportagem teve acesso neste sábado, em abril deste ano, no mesmo dia em que ocorreu o suposto crime.

Ela relatou à polícia que a criança tem dificuldades de locomoção e não fala, em decorrência do autismo. Na escola, a menina teria sido agredida física e psicologicamente por uma estagiária.

Imagens de câmera de segurança instaladas no local registraram o momento da suposta agressão.

Pelas imagens é possível ver que a estagiária segura a menina com um braço, próximo ao pescoço, e senta com ela em uma cadeira, afastada das outras crianças. Em seguida, uma professora se aproxima, pega a criança no colo e a leva para outro espaço.

“A investigação do inquérito, aberto por maus-tratos, está sendo concluída, pretendemos ouvir a estagiária que aparece na imagem no máximo na próxima semana. A professora e a diretora da escola já foram ouvidas”, reforça o delegado.

Se indiciada pelo crime de maus-tratos, a suspeita pode ser condenada a até um ano de prisão.

O g1 solicitou uma nota de posicionamento à escola envolvida na denúncia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Denúncia da mãe

A reportagem conversou com a mãe da menina. Para preservar a criança, ela não será identificada. Segundo a mulher, a filha estava com comportamento alterado, sonolenta e com crises de choro após o episódio na escola.

“No dia, ela só chorava, estava com o rosto inchado. Trouxe ela pra casa e senti que ela estava triste, com a parte sensorial afetada. À noite, ela teve febre, crises, achei que ela estava ficando doente”, lamenta a mãe.

Ainda segundo a mulher, nas duas semanas seguintes, a menina apresentou regressão no desenvolvimento da fala, socialização e, inclusive, na alimentação, todos atestados por laudo médico. 

Laudo médico mostra que criança supostamente agredida física e psicologicamente regrediu no desenvolvimento psico-motor — Foto: Arquivo pessoal

Em decorrência do ocorrido, a menina parou de frequentar a escola, sob orientação da mãe. 

O advogado de defesa da família, Juan Siqueira, explicou que foi feita uma representação criminal, apresentada ao Ministério Público. Na ocasião, o promotor solicitou o andamento das investigações por parte da Polícia Civil. 

“O vídeo deixa claro o maus-tratos e o constrangimento psicológico. A criança parou de ser receptiva aos atendimentos que estavam sendo feitos, por exemplo”, enfatiza o advogado. 

*Com informações do g1