A mega-operação da Polícia Civil em parceria com o Ministério Público (Gaeco) desencadeada a partir de inquéritos instaurados no Deinter – 10, em Araçatuba, que contou com equipes também da policia civil de Votuporanga, resultou na apreensão de mais de R$ 1 milhão em dinheiro, três aviões, 47 carros, a maioria de luxo, além de computadores, notebooks, livros de anotações e telefones celulares em diversas cidades nos estados de São Paulo e Pará, na manhã desta terça-feira (29), conforme balanço parcial divulgado pela Polícia Civil. O objetivo da operação é desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais.
O delegado Fábio Neri Pistori, do Deinter 10, um dos responsáveis pela investigação, disse que, como esta ainda é a primeira fase, por isso a Polícia e Ministério Público ainda não iriam divulgar os nomes dos envolvidos e nem das organizações sociais investigadas.
Até o último balanço divulgado pela Polícia Civil, 52 pessoas haviam sido presas. A investigação, que conta com inquéritos policiais e civis instaurados, teve a duração de aproximadamente dois anos, período este em que foram levantadas informações que indicam a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais, bem como de desvio de milhões de reais que deveriam ser aplicados na saúde.
Em decorrência desse trabalho investigativo foram expedidos 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca, sendo 180 no estado de São Paulo e 57 nos demais estados, além do sequestro de bens e valores.
As prisões e as buscas se deram em dezenas de município do estado de São Paulo,dentre eles Penápolis, Araçatuba, Birigui, Osasco, Carapicuíba, Ribeirão Pires, Lençóis Paulista, Agudos, Barueri, Guapiara, Vargem Grande Paulista, Santos, Sorocaba, bem como em cidades do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Para o cumprimento dos mandados foram convocados 816 policiais civis de todo o estado, 204 viaturas policiais e dois helicóptero da Policia Civil. Por parte do Ministério Público, 30 Promotores de Justiça e 10 Agentes de Promotoria participaram da operação.
Também cooperaram policiais civis de outros estados e a Polícia Federal no estado do Pará, onde objetivou-se o cumprimento do maior número de prisões temporárias e mandados de busca e apreensão fora do estado de São Paulo e que nesta data também deflagraram a Operação SOS.
De acordo com a investigação, há indícios de esquema de desvio de verba pública por meio da celebração de contratos de gestão entre Organizações Sociais e o Poder Público, em sua maioria, através de procedimentos licitatórios fraudulentos e contratos superfaturados.
No transcorrer da investigação identificou-se dezenas de envolvidos com o grupo criminoso divididos em diversos núcleos, cada qual com sua colaboração na prática das supostas infrações penais.
De acordo com o apurado, houve a aquisição de grande quantidade de bens móveis e imóveis, sendo que parte da evolução patrimonial do grupo se deu justamente no período da pandemia