No último dia 27, o ministro do STF Alexandre de Moraes deu cinco dias para que a PGR se manifestasse sobre o assunto. O documento corre sob segredo de Justiça.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (4.abr), parecer sobre a estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Embaixada da Hungria, em Brasília/DF, durante o feriado de Carnaval.
No último dia 27, o ministro do STF Alexandre de Moraes deu cinco dias para que a PGR se manifestasse sobre o assunto. O documento corre sob segredo de Justiça.
No dia 25 de março, o jornal americano The New York Times (NYT) divulgou que Bolsonaro passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A estadia aconteceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
No dia 8 daquele mês, o ex-presidente, seus ex-ministros e militares de alta patente foram alvos da Operação Tempus Veritatis, que investiga o planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Ao STF, a defesa do ex-presidente argumentou que a visita foi uma “agenda política” e que não havia motivo para Bolsonaro articular uma fuga porque, àquela altura, sua prisão preventiva era “improvável”. Os advogados argumentaram que, se fosse mandar prender Bolsonaro, Moraes não teria mandado recolher seus passaportes.
Bolsonaro dormiu duas noites na Embaixada
Bolsonaro chegou na Embaixada da Hungria às 21h34 do dia 12 de fevereiro, em um carro preto. A entrada no prédio aconteceu após ele postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.
A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google. Mesmo assim, o ex-presidente dormiu lá por dois dias, saindo apenas no fim da tarde de 14 de fevereiro.
Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira, segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.
*Com informações do Estadão Conteúdo