Pesquisadores americanos desenvolvem pílula que pode combater o câncer e preserva células saudáveis

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Pílula tem se mostrado eficaz para combater proteína responsável pela replicação de células cancerígenas - Foto: Myriam Zilles/Unsplash

Quimioterapia que aniquila células sólidas de câncer já está na primeira etapa de estudos com seres humanos.


Um grupo de cientistas do City of Hope, um dos principais centros de pesquisa sobre câncer nos Estados Unidos, apresentou na última terça-feira (1º.ago) um estudo que mostra o funcionamento e a eficácia do uso de uma molécula para aniquilar células sólidas cancerígenas sem afetar células saudáveis.

A pílula já está na primeira fase de testes em humanos, enquanto pesquisadores seguem investigando o que a fez ser eficaz quando foi testada em animais.

O estudo da molécula AOH1996 vem sendo desenvolvido nas últimas décadas por Linda Malkas, professora do Departamento de Diagnóstico Molecular e Terapêutica Experimental do City of Hope.

“Nossa pílula que mata o câncer é como uma nevasca que fecha um terminal importante de um aeroporto, cancelando todos os voos de entrada e saída apenas de aviões que transportam células cancerosas”, explicou.

Isso ocorre porque a AOH1996 ataca a variante cancerígena do PCNA (da sigla em inglês, antígeno nuclear de célula proliferante), que é responsável pela replicação do DNA de todas as células e essencial para o crescimento e o reparo de tumores em expansão.

“Os dados sugerem que o PCNA é alterado exclusivamente nas células cancerígenas, e esse fato nos permitiu projetar uma droga que visava apenas a forma de PCNA nas células cancerígenas”, disse a pesquisadora.

O AOH1996 se mostrou eficaz em pesquisas pré-clínicas no tratamento de células derivadas de diversos tipos de câncer, como o de mama, próstata, cérebro, ovário, colo do útero, pele e pulmão.

A molécula também parece conseguir tornar células cancerígenas mais suscetíveis a terapia que danificam o DNA ou os cromossomos. Isso, segundo o City of Hope, sugere que ela pode ser eficaz também em terapias combinadas.

*Com informações da CNN Brasil