Cardiologista explica que exame no momento do problema pode fornecer diagnóstico preciso e evitar risco à saúde do coração.
Palpitações, dificuldade de respirar, sudorese e tontura são sintomas comuns à ansiedade e arritmia. Com o aumento de ansiedade na pandemia – 86,5% das pessoas relataram o problema, segundo o Ministério da Saúde -, muitas vezes a arritmia passa despercebida. Se não diagnosticada e tratada, pode comprometer a saúde do coração e até colocar a vida em risco, segundo o cardiologista Eduardo Saad, especialista em arritmias cardíacas e coordenador do setor de arritmias do Hospital Pró Cardíaco e Samaritano (Botafogo), no Rio de Janeiro.
“Usualmente, a arritmia tem uma característica que diferencia da ansiedade: quando o coração dispara, tem taquicardia. Esse disparo é muito súbito e, quando volta ao normal, também volta de forma muito súbita. Já na ansiedade esse aumento e retorno à normalidade é mais gradual. Mas é difícil para a pessoa notar esses detalhes”, afirma.
Palpitações que ocorrem de madrugada, chegando a despertar do sono, se enquadram em ambos os problemas, segundo o médico. Ele explica que existem algumas arritmias, como a fibrilação atrial, que se manifestam desta maneira, assim como crises de pânico. “O fato de acontecer de madrugada não ajuda a diferenciar uma condição da outra”, ressalta.
Para distinguir um problema do outro e chegar a um diagnóstico, Saad diz que, além de perguntas específicas sobre se o desenvolvimento dos sintomas é súbito ou gradual, é preciso realizar um eletrocardiograma.
Já outras, como as ventriculares, que ocorrem nos ventrículos, considerados “a parte nobre do coração”, são consideradas de risco de morte súbita, segundo ele. Esse tipo de arritmia costuma aparecer após um enfarto do miocárdio ou em pacientes que têm insuficiência cardíaca. “Podem causar um mau súbito”.
Entre os tratamentos, há a chamada ablação por cateter. Segundo o médico, trata-se de um procedimento minimamente invasivo que posiciona um cateter na região afetada do coração e, por meio da tecnologia de radiofrequência, cauteriza partes específicas do tecido cardíaco, eliminando a arritmia.
“O procedimento é rápido e em apenas um dia o paciente deixa o hospital”, explica Saad. “A ablação promove a melhor qualidade de vida do paciente, além de reduzir o risco do surgimento de condições graves, entre elas o AVC [acidente vascular cerebral] e insuficiência cardíaca, que podem ser fatais”, completa.
Tabagismo, sedentarismo, diabetes, sobrepeso e hereditariedade são fatores de risco para a doença. Portanto, manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e prática de atividades físicas pode ajudar na prevenção do problema, finaliza o médico.
*Informações/noticias.r7