ONS recomenda volta do horário de verão ainda neste ano

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ONS recomenda volta do horário de verão ainda neste ano - Foto: Reprodução

Apesar dessa recomendação da ONS, a decisão final é política, e passa pelo Ministério de Minas e Energia e, em última instância, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Na última quarta-feira (14.mai), durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Márcio Rea, defendeu a volta do horário de verão. À CNN, Geraldo Campos Júnior, repórter da agência iNFRA, elencou os motivos para a retomada, ressaltando que ela “passa pela necessidade de se deslocar a demanda de energia do horário de ponta”.

Geraldo explicou que o horário de maior demanda de energia — final da tarde e início da noite — é justamente o momento em que as fontes de energia solar não tem mais eficiência.

Apesar dessa recomendação da ONS, a decisão final é política, e passa pelo Ministério de Minas e Energia e, em última instância, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 2024, a discussão da retomada do horário de verão já havia vindo à tona, dado a maior estiagem dos últimos 70 aos no país.

Naquela ocasião, a ONS já havia recomendado a volta do horário de verão, mas foi avaliado que o prazo estava apertado e ele seguiu suspenso.

“Decisão ainda não está tomada, mas já teve esse reforço técnico do ONS”, comentou Geraldo. Ele ainda ressaltou que o cenário acende alerta dado a meses menos chuvosos que o esperado entre novembro e abril deste ano.

Agora, o Brasil entra no seu período mais seco e segue assim até outubro. Uma grande fonte preocupação são os reservatórios, especialmente na região Sul e, para isso, a ONS defendeu outras medidas como o acionamento de térmicas e também a antecipação do suprimento de algumas termoelétricas.

A retomada do horário de verão — que durou 90 anos — deve-se ao pico no consumo de energia entre 18h e 19h. Segundo a ONS, órgão responsável por controlar a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica, esse é o horário em que as fontes de energia solar perdem eficiência.

O horário de verão, suspenso desde 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), foi criado em 1931 pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. O primeiro durou seis meses e tinha como intuito aproveitar o tesouro público e a economia natural da luz artificial.