OMS muda posicionamento e passa a recomendar dose de reforço de vacina contra a Covid-19

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Mulher recebe dose de reforço de vacina contra a Covid-19 na Cidade da Guatemala, capital guatemalteca, em 1º de março de 2022 — Foto: Moises Castillo/AP

Grupo técnico da entidade apoiou o ‘acesso urgente e amplo às vacinas da Covid-19 atuais para séries primárias e doses de reforço’.


O grupo técnico consultivo sobre vacinas contra a Covid-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a recomendar, nesta terça-feira (8.mar), doses de reforço da vacina contra a Covid-19.

A diretriz é uma mudança no posicionamento da organização. Até dezembro de 2021, especialistas ainda avaliavam as evidências científicas disponíveis para determinar se o reforço era ou não. Em janeiro, a orientação da OMS era de que crianças e adolescentes saudáveis não precisavam do reforço.

Dessa vez, o grupo técnico da organização apoiou o “acesso urgente e amplo às vacinas da Covid-19 atuais para séries primárias e doses de reforço, principalmente para grupos em risco de desenvolver doença grave”.

A nota lembra, ainda, que “as vacinas atuais contra a Covid-19 continuam a fornecer altos níveis de proteção contra doença grave e morte, mesmo no contexto da circulação da ômicron”. O comunicado não menciona o uso de reforço em crianças e adolescentes.

A dose de reforço já está sendo usada em diversos países ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Aproximadamente 73% da população brasileira já recebeu o esquema primário completo – com duas doses ou dose única –, mas apenas 31% recebeu o reforço.

Necessidade de atualização das vacinas

Ao mesmo tempo em que reconheceu a efetividade das vacinas atuais contra as variantes que surgiram até agora, inclusive a ômicron, o grupo da OMS apontou a eventual necessidade de elas serem atualizadas no futuro.

“As vacinas atualizadas podem ser monovalentes, visando a variante circulante predominante, ou multivalentes, com base em diferentes variantes. Idealmente, as vacinas da Covid 19 impedirão a infecção e a transmissão, além de fornecer proteção contra doença grave e morte”, pontuaram.

Os cientistas da OMS lembraram, ainda, que o desenvolvimento de vacinas capazes de proteger contra qualquer variante do coronavírus ou de induzir imunidade por mucosas (do nariz, por exemplo), pode ser uma opção desejável, mas o prazo para isso é incerto.

*Informações/Reuters