Namorado é condenado a 31 anos e 6 meses de prisão por matar médica esfaqueada e deixar corpo em mala 

192
Thallita foi encontrada morta dentro de mala em apartamento de Rio Preto; namorado Davi é suspeito de cometer o crime — Foto: Arquivo pessoal

Davi Izaque Silva, de 29 anos, vai cumprir pena em regime fechado. Cabe recurso. Corpo de Thallita Fernandes foi encontrado pela polícia em apartamento, em São José do Rio Preto/SP, em agosto de 2023.


O namorado da médica Thallita da Cruz Fernandes, encontrada dentro de uma mala em um apartamento, em São José do Rio Preto/SP, foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão nesta terça-feira (22.abr). Cabe recurso.

O júri popular ocorreu no Fórum de São José do Rio Preto e durou aproximadamente seis horas. Antes do julgamento, familiares e amigos da vítima fizeram protesto em frente ao tribunal. Em seguida, diversas pessoas acompanharam o momento da sentença no plenário.

Davi Izaque Martins Silva, de 29 anos, vai cumprir pena em regime fechado pelos crimes de homicídio quadruplicado e tentativa de ocultação de cadáver.

A decisão desta terça-feira foi proferida pela juíza Gláucia Véspoli dos Santos, da 5ª Vara Criminal de São José do Rio Preto. A reportagem tenta contato com o advogado de defesa de Davi Izaque.

Em setembro de 2023, ele foi denunciado pelo Ministério Público (MP), com base no indiciamento da Polícia Civil. A denúncia ainda atribuiu ao acusado a tentativa de ocultação de cadáver, tipificação aceita pela Justiça. A determinação do júri popular foi publicada no Diário Oficial da Justiça em 16 de junho de 2024. 

Inquérito policial 

As investigações apontaram que a médica Thallita Fernandes, de 28 anos, foi esfaqueada no início da manhã do dia 18 de agosto de 2023, logo depois que o acusado chegou ao apartamento. 

À época, o inquérito foi concluído pelo delegado responsável pelo caso, Alceu Lima de Oliveira, por meio da Divisão Especialização em Investigações Criminais (Deic). 

Segundo o boletim de ocorrência, foi a mãe de Thallita, que mora em Guaratinguetá/SP, quem notou o desaparecimento da filha e pediu para que uma amiga da vítima fosse até o prédio onde ela morava, no bairro Redentora, em Rio Preto. 

Ainda de acordo com o BO, o apartamento de Thallita, localizado no 3º andar, estava trancado. Por isso, essa amiga acionou a polícia. O corpo da vítima foi encontrado nu, na lavanderia do apartamento, dentro de uma mala. 

A vítima apresentava muitos ferimentos no rosto provocados por faca. Após a perícia, o Instituto Médico Legal (IML) apontou que Thallita morreu por hemorragia aguda. 

Réu deixa apartamento após crime 

Pelas câmeras de segurança, a polícia pôde constatar que o namorado, com quem ela mantinha um relacionamento havia cerca de dois anos, foi o último a entrar e deixar o apartamento. 

As imagens mostram o momento em que o acusado deixou o apartamento da vítima e caminhou pelo corredor do prédio em direção ao elevador. Vestindo um boné e camiseta vermelha, ele foi até o térreo, saiu do local usando o celular e entrou em um carro de aplicativo que o aguardava na rua. 

A polícia informou que Davi chegou a deixar a cidade, com destino a Olímpia/SP, mas voltou a Rio Preto, onde foi detido. 

Ao delegado, o acusado confessou o crime e disse que usou drogas antes do assassinato. Davi também confirmou que brigou com Thallita no mesmo dia em que a matou. 

Segundo o delegado, o intuito do acusado era ocultar o corpo da vítima, mas a mala rasgou. Davi não tinha passagens criminais e o comportamento dele não indicou arrependimento, ainda segundo a polícia, que acredita que ele era financeiramente dependente dela e não aceitava o fim do namoro. 

*Com informações do g1