MP denuncia por homicídio motorista que atropelou e matou jovem em saída de festa 

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Carro usado pelo suspeito de cometer o crime à esquerda; vítima que morreu atropelada à direita — Foto: Arquivo Pessoal

Além de homicídio duplamente qualificado, João Pedro Alves também foi denunciado por lesão corporal. No dia do crime ele fugiu sem prestar socorro ao atingir Estefany Ferreira Medina, que morreu no local.


O Ministério Público de São José do Rio Preto/SP denunciou por homicídio duplamente qualificado o motorista preso por matar atropelada a jovem Estefany Ferreira Medina, de 20 anos, e fugir sem prestar socorro.

Estefany foi atingida pelo carro em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras, entre São José do Rio Preto e Cedral/SP, após sair de uma festa na manhã de 29 de janeiro. O suspeito foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento. 

De acordo com o MP, João Pedro Alves, de 23 anos, passou a madrugada daquele dia ingerindo bebida alcoólica em uma festa open bar e assumiu o controle do carro acompanhado dos amigos. 

Durante a investigação, testemunhas informaram que o motorista dirigia de forma perigosa e ziguezagueava rapidamente, a ponto dos passageiros perderem o contato com o banco quando o veículo passava por lombadas, ignorando o pedido para que reduzisse a velocidade. 

Ainda de acordo com a denúncia, em determinado momento, João desviou para a direita e atingiu Estefany, que estava sentada fora do local de passagem dos veículos. Ela foi arrastada e teve morte imediata por politraumatismo. 

Além da jovem, o motorista também atingiu um amigo de Estefany, que teve ferimentos leves ao se esquivar. O suspeito desceu do carro, viu que atropelou as vítimas e fugiu sem prestar socorro, mas depois foi encontrado e preso. 

Além do homicídio duplamente qualificado, João foi denunciado por lesão corporal. Os crimes foram praticados mediante dolo eventual. 

Por telefone, Juan Siqueira, advogado de defesa de João, informou que “a denúncia é excessiva, já que processos de dolo eventual não podem somar qualificadoras”. Também disse que irá apresentar uma contrarresposta aos laudos oficiais com laudos particulares. 

Após o acidente, João Pedro Alves trocou mensagens com os amigos que estavam no carro. Na conversa é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia.

  • João: tá aí? 
  • Testemunha: sim, onde você está? 
  • João: o que houve? 
  • Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção? 
  • João: seguinte, vocês não me conhecem. 

Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido.

  • Testemunha: se puder volta lá e presta socorro amigo, por favor. 
  • João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece. 

Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem “carreira para seguir”.

  • João: eu não posso assumir isso 
  • Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você. 
  • João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco. 
  • Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu. 
  • João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora. 

*Com informações do g1