Morte do empresário João Paulo Diniz mostra que atletas e esportistas devem cuidar do coração

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Cardiologista Adalberto Menezes Lorga Filho, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto, realiza ablação para corrigir arritmia cardíaca - Foto: Divulgação

Alerta é do cardiologista Adalberto Menezes Lorga Filho, diretor científico do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de São José do Rio Preto/SP.


A morte súbita do empresário João Paulo Diniz, filho do também empresário Abílio Diniz, no último domingo (31.jul) é novo episódio lamentável que atrai as atenções da sociedade para o fato de que pessoas que levam uma vida saudável e praticam esportes podem também ter problemas cardíacos graves e correr enorme risco de vida. João Paulo era triatleta e sempre praticou esportes.

O empresário teve a chamada morte súbita cardíaca, que acomete mais de 320 mil pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).

A realidade é ainda mais alarmante quando se descobre que, por ano, mais de 20 milhões de brasileiros são acometidos de arritmias cardíacas, a principal causa da morte súbita.

Até o momento, não foi divulgado o motivo e cogitou-se ter sido por infarto. A morte súbita é frequentemente atribuída ao infarto, porém, o médico cardiologista e especialista em arritmias Adalberto Menezes Lorga Filho, diretor científico do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de São José do Rio Preto/SP explica: “Muitas pessoas que tiveram o diagnóstico de ‘infarto fulminante’, na verdade, tiveram morte súbita, não necessariamente decorrente de infarto.”

A morte súbita tem entre suas principais causas a ocorrência de arritmias cardíacas graves. “As arritmias podem ser consequentes a doenças cardíacas mais comuns como infarto e insuficiência cardíaca, mas outras doenças geneticamente determinadas também são causas importantes de morte súbita como, por exemplo, a cardiomiopatia hipertrófica, que está sendo considerada como uma das possíveis causas da morte do empresário”, afirma Dr. Lorga Filho.

Outras doenças cardíacas, vasculares e neurológicas também estão entre as causas da morte súbita, porém, em menor percentual.

O Instituto de Moléstias Cardiovasculares é um dos principais centros de referência no Estado de São Paulo para o diagnóstico e tratamento de pacientes que sofram de arritmia. Conta com uma equipe multiprofissional completa especializada no diagnóstico e tratamento, como médicos cardiologistas e hemodinamicistas, além de enfermagem e de outras áreas de apoio. Centro de referência na região noroeste, o IMC possui modernos aparelhos de exames diagnóstico e para procedimentos não invasivos para atuar no coração e sistema circulatório.

O tempo para o socorro à vítima de parada cardíaca é muito curto. Como exemplo, o cardiologista do IMC apresenta abaixo o registro do eletrocardiograma de uma pessoa que portava um holter ao sentir os sintomas. O holter é um dispositivo portátil, que monitora continuamente a atividade elétrica cardíaca de pacientes por 24 horas ou mais. “O atendimento imediato é fundamental para salvar vidas”, ressalta o médico do IMC, que é também conselheiro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.

Já que o tempo para o socorro é mínimo, a principal forma de combater a morte súbita, segundo o cardiologista, é a pessoa adotar atitudes e hábitos preventivos fundamentais, como não fumar, se exercitar, ter alimentação saudável, controlar a hipertensão e diabetes e fazer avaliação cardiológica periodicamente.