Moda consciente é uma tendência crescente

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A consultora de imagem e dona de brechó Lorena Duarte vestindo um dos looks da loja. (foto Instagram perfil da loja)

Atualmente, o mercado de brechós tem crescido imensamente no Brasil, respingando até em cidades do interior, como Votuporanga. Para falar sobre o tema, a consultora de imagem e dona de brechó Lorena Duarte fala da relevância desse consumo sustentável

 

Atualmente, as lojas de brechós foram repaginadas e já não tem mais cara de mercado de pulgas, mas sim muito requinte. (foto Instagram perfil da loja)

@leidiane_vicente

 Fazer o antigo se tornar uma novidade é uma das especialidades da moda. Porém, a tendência, atualmente, é comprar peças de boa qualidade com preço baixo e acessível à diferentes bolsos de consumidores atentos ao que está em voga.

É aqui que entra um modelo de negócio que se tornou uma oportunidade, tanto para o comerciante quanto para o consumidor.

Acredita-se que os brechós tenham começado a surgir silenciosamente na Europa do XIX. Isso porque as roupas eram feitas a mão e somente a classe alta possuía subsídio para custear tamanho luxo, depois de muito utilizada por essas pessoas em festas, eventos e vida cotidiana, as peças eram vendidas para bazares de segunda mão, a fim de serem revendidas a um novo público.

Atualmente, a cara do brechó foi repaginada e quase não existem mais aqueles com aparência de mercado de pulgas. Ao contrário, as lojas foram aprimoradas e ganharam toques de requinte e muito estilo.

Para a consultora de imagem Lorena Duarte e sua irmã biomédica Estela Duarte, conhecer um brechó pela primeira vez, em São Paulo, onde elas moraram 15 anos aproximadamente, foi tamanho encantamento que ambas se juntaram para trazer a ideia para Votuporanga.

“De cara já fiquei encantada com o contexto da loja, peças exclusivas, preços acessíveis e muita autenticidade. Quando voltamos para Votuporanga, como eu tinha muitas roupas decidi fazer um desapego, através do meu perfil do Instagram. E foi um sucesso! Aí surgiu a ideia de abrirmos um brechó e trazer toda aquela referência que tínhamos de brechó na capital para Votuporanga”, explica Lorena.

O brechó anda na contramão do consumo exacerbado de tendências efêmeras das redes de fast fashion. Essa cadeia de produção problemática para o meio ambiente tem como objetivo o descarte rápido, pois atualizam suas vitrines e estoques semanalmente, gerando assim uma imensa quantidade de roupas que acabam indo parar em aterros sanitários.

“Quando compramos uma peça em brechó estamos dando continuidade às roupas que poderiam parar no lixo. Isso evita que o meio ambiente seja exposto a mais materiais difíceis de se decompor. Além disso, menos roupas serão produzidas nas fábricas têxteis, isso faz com que menos substâncias tóxicas sejam despejadas no meio ambiente. Neste ciclo, você auxilia de duas formas a proteger o meio ambiente”, elucida a consultora de imagem sobre a importância do consumo consciente.

Mas há quem não tenha aceitado tão bem a explosão de brechós espalhados pelo mundo a fora. O preconceito com roupas usadas ainda é algo que não foi demasiadamente desmistificado.

“Infelizmente ainda existem pessoas que não conhecem o novo conceito de um brechó, acabam achando que em brechós só se encontram roupas velhas e de gente morta”, afirma Lorena com um toque de ironia a essas ignorâncias.

De fato, os brechós tem ganhado cada vez mais lugar no gosto do consumidor consciente, antenado em estilo e exclusividade, provando assim que roupas novas não são sinônimo fashion.

Para garimpar originalidade e autenticidade nesse mercado tão carinhoso com roupas de segunda mão, Lorena propõe: “Paciência, tempo e estar aberto ao novo. Normalmente, brechós tem muitas opções, então o ideal é ir com tempo e paciência para olhar peça por peça”, diz ela sobre este jeito de consumir moda com criatividade, resgatando épocas e as tornando vigentes.