Médicos: nossos heróis da vida real

1994
Para Dra. Lara Galvani Greghi, “ser médica é um ato de entrega”

Santa Casa presta homenagem ao corpo clínico em data especial, agradecendo pela dedicação  e amor com os pacientes.

“Ser médico é indescritível. Um misto de emoções. Boas e também ruins, é claro!”, disse o Dr. Luis Glover

“Ser médico é aliviar sofrimentos e penetrar fundo nos tormentos da humanidade. É dar de si  profundamente, sentir a dor do doente, se doar por inteiro e romper o nevoeiro que separa vida  e morte. Ter na mão a leveza, agir com delicadeza, ver em cada criatura o pai, a mãe, o filho, o parente para que seu trabalho apresente o dom verdadeiro da cura”. Este trecho da autora Murita L. da Cruz Rios Sampaio representa muito bem o que significa essa missão tão linda e  desafiadora.

A atuação dos médicos nunca ficou tanto em evidência como agora. Afinal, eles arriscam suas  vidas em prol do assistido, muitos se isolando até mesmo da família para prevenção da COVID-19. São da linha de risco, que lutam pela recuperação de cada paciente que entra no Hospital,  independente de sua patologia.

Para a Santa Casa, são nossos heróis da vida real. São mais de 360 profissionais que se dedicam  em exercer a missão confiada com muita dedicação e humanização. Nestes 70 anos da  Instituição, cada um do corpo clínico deixou seu legado e fez parte de nossa história, inspirando  as futuras gerações.

Ser médica é um ato de entrega

Impossível não falar da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa, sem tê-la  como referência. A médica responsável técnica, Dra. Lara Galvani Greghi, representa a força,  dedicação e amor pelos bebês prematuros.

Para Dra. Lara, ser médica é um ato de entrega. “Não apenas do profissional, mas da família  inteira. É abrir mão de Natais, aniversários, estar com quem ama por uma causa maior: servir o  próximo”, disse.

Medicina não estava nos planos da jovem Lara. “Minha família não tinha tradição médica, eu nunca tinha entrado em um Hospital. Estava fazendo um colegial na minha cidade natal, voltado para humanas. Um dia, acordei com a certeza de que queria ser médica. Todos de casa se empenharam neste meu sonho, porque não tínhamos condições financeiras. Costumo dizer que foi a medicina que me escolheu”, contou.

De cirurgiã para Unidade de Terapia Intensiva de Neonatal. Mais uma vez, foi a vida que trouxe  a especialidade para a nossa médica. “Em todos os seis anos de faculdade, pensei em ser  cirurgiã.  Um dia ainda no internato, ao passar pela pediatria, uma criança me chamou de tia e veio me abraçar. Soube aí que seguiria esta especialização. Fiz minha residência em Pediatria e depois me qualifiquei com Terapia Intensiva  Pediátrica. A Neonatologia estava despontando como especialidade nova. Fui cobrir um dia na UTI Neonatal e me apaixonei”, afirmou.

Movida a desafios, Dra. Lara aceitou o convite de abrir a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal  na Santa Casa de Votuporanga. “São 13 anos de Instituição e implantar o serviço foi um desafio  gigante. Eu vim sozinha, apenas com uma fisioterapeuta e os médicos não estavam acostumados  com o serviço. Fizemos treinamentos, protocolos, compramos equipamentos. Mas no início dos atendimentos, já cheguei a ficar quatro dias diretos no Hospital sem ir para minha casa”,  destacou.

Todo esforço valeu a pena. A UTI Neonatal é referência para toda a região, com muita qualidade  e humanização. São, em média, 20 pacientes por mês. “Eu sou apaixonada pela minha profissão. A Medicina é sublime. Você usa seu conhecimento, para ajudar as pessoas, que geralmente estão  nos piores momentos da vida deles. Oportunidade de servir e fazer a diferença. Eu acredito que  ser médico não é só ser bom técnico, claro que treinamentos são extremamente importantes  para a vida inteira, mas antes de tudo tem que ter empatia, respeitar a dor dos outros, com  muita paciência”, frisou.

Vontade de ser médico

Ser médico sempre esteve nos planos do cirurgião geral e gastroenterologista Dr. Luis Augusto Antunes Glover. “Sinceramente não me recordo como e nem o momento dessa decisão, mas sempre tive a vontade. E confesso que fiz faculdade já querendo a área cirúrgica”, contou.

A profissão está no sangue. “Tenho bisavós, e um avô que eram médicos. Mas sempre respeitaram minha decisão, independente da área de atuação”, complementou.

São oito anos na Santa Casa, se dedicando com muito cuidado e amor  em cada paciente. “Ser médico é indescritível. Um misto de emoções. Boas e também ruins, é  claro! Assim como as surpresas, tensões, decepções e realizações. Parece clichê falar, mas é  verdade: prazer em ajudar o próximo! Nada como aliviar a dor e o sofrimento de alguém que  procura ajuda! Poder contribuir”, destacou.

Além de sua intensa rotina como médico, Dr. Luis Glover é responsável pela Residência Médica  do Hospital. Uma responsabilidade e tanto de orientar os futuros profissionais. “Para os alunos  sempre digo para amarem o que fazem. Façam por amor, com muita responsabilidade e  dedicação. O restante é consequência!”, afirmou.

O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, parabeniza os profissionais neste dia  especial. “Os médicos da Instituição são espetaculares e o trabalho que eles desenvolvem aqui  diariamente merece muito reconhecimento. Eles dedicam grande parte de suas vidas a cuidar  dos outros e essa é uma atitude memorável. Amam o que fazem e têm orgulho e amor à  profissão que escolheram, dedicando-se integralmente à saúde e bem-estar do próximo”,  finalizou.