Médico alerta sobre os riscos de picada de escorpião

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Médico de Família e Comunidade do SanSaúde, Dr. Jallys Rafael Gonçalves Pessoa - Foto: Reprodução

Dr. Jallys Rafael Gonçalves Pessoa falou sobre os sintomas, grupo de risco e como proceder.


No período do verão, que vai até março, é bastante comum a proliferação de escorpiões, pois o clima úmido e quente favorece o aparecimento destes animais peçonhentos. Por isso, todo cuidado é pouco, ainda mais com crianças e idosos.

De acordo com dados da Prefeitura de Votuporanga, até o momento, já foram registrados 32 acidentes com escorpião e nenhum óbito. No ano passado, foram 595 casos e nenhuma morte também.

Conversamos com o médico de Família e Comunidade do SanSaúde, Dr. Jallys Rafael Gonçalves Pessoa, que detalhou o atendimento. “Geralmente o paciente já chega com a informação de que foi picado pelo escorpião. Porém, em alguns casos (como nas crianças menores ou até mesmo no adulto que não viu o animal) pode surgir a dúvida do que realmente ocorreu. Uma vez picado, ele apresentará dor local com discreto orifício (semelhante quando se acidenta com uma agulha, por exemplo) podendo ainda ter vermelhidão ao redor da lesão. Nos casos leves, é isso que ocorre. Nos moderados a graves, poderá ter náuseas/vômitos, taquicardia, sudorese, hipotensão ou hipertensão, sonolência excessiva ou agitação, perda de consciência e até mesmo óbito”, disse.

Dr. Jallys ressaltou a urgência da assistência. “É importante passar por consulta médica o mais rápido possível, em um local próximo, para que o profissional avalie e classifique o paciente em leve, moderado e grave conforme os sintomas apresentados”, complementou. Não é necessário levar o escorpião à unidade de saúde.

Grupo de risco

Crianças e idosos fazem parte do grupo de risco, por isso o máximo de cuidado devido a possibilidade de agravamento do quadro. “No caso de menores de 02 anos, o alerta deve ser ainda maior. Por vezes, o diagnóstico é demorado justamente pela dificuldade de identificar o motivo do choro/irritação da criança (quando não é observado o escorpião por perto), devendo então aos pais/responsáveis a devida observação do cômodo em que ela se encontra, bem como observação por todo o corpo do paciente na tentativa de identificar possível local de picada”, explicou.

Tratamento

Para os casos leves, é prescrita analgesia e, algumas vezes, é realizado bloqueio (anestesia) local para alívio da dor. “Nos moderados e graves, aplica o soro antiescorpiônico, além da necessidade do suporte clínico conforme os sintomas apresentados pelo paciente”, disse.

Prevenção

A prevenção é feita tampando ralos e pias na casa, evitando acúmulo de folhas e entulhos. Caso resida em local sabidamente com grande quantidade de escorpiões, tem que redobrar os cuidados e sempre verificar calçados, tapetes, roupas de cama. “Uma dica é utilizar lanternas com luz ultravioleta para procurar o escorpião, ficando mais fácil a sua identificação. É um item relativamente barato comparado ao benefício de evitar um acidente escorpiônico”, finalizou o médico.