A ação integra a Campanha Dezembro Laranja, mês de conscientização pelo câncer de pele, idealizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e executada em todo o país.
Mais de 200 pessoas de Rio Preto e região realizaram exames de prevenção ao câncer durante o Mutirão Contra o Câncer de Pele do Hospital de Base (HB), realizado no último sábado, 7 de dezembro, em uma estrutura montada no estacionamento da instituição. Do total de atendimentos, mais de 21% das pessoas tiveram suspeita de lesões cancerosas e pré-cancerosas e receberam indicação para fazerem uma biópsia. A ação integra a Campanha Dezembro Laranja, mês de conscientização pelo câncer de pele, idealizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e executada em todo o país.
Durante a ação, 43 pacientes apresentaram suspeita de lesões pré-cancerosas ou cancerosas, sendo encaminhados pela equipe do HB para realização de biópsia, dos quais, 21 já fizeram no sábado.
A dermatologista e professora da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)”, Dra. Doramarcia Cury, explica que o paciente com alguma mancha ou pinta suspeita de câncer de pele passa pela triagem, onde é realizado um exame com o dermatoscópio, aparelho utilizado para visualizar a lesão com mais detalhes e, caso confirme a suspeita, ele recebe a indicação de uma biópsia para receber o diagnóstico final.
“Geralmente fazemos a triagem e encaminhamos os pacientes para realizarem a biópsia incisional em outro momento, o que gera um período de cerca de 2 meses entre a triagem e a realização da biópsia. No mutirão deste ano, conseguimos fazer as duas coisas no mesmo dia e, daqui a cerca de um mês, os resultados já estarão liberados. Com isso, geramos uma agilidade no diagnóstico, conseguindo assim fazer a retirada cirúrgica de lesões neoplásicas ou malignas mais rapidamente”, explica
O dermatologista chefe do Departamento de Dermatologia da Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Funfarme), Dr. João Roberto Antônio, salienta a importância de ações de conscientização pela doença em uma região com alta incidência solar, como a de São José do Rio Preto.
“Somos caracterizados por uma solaridade muito grande em nossa região, de janeiro a janeiro, e temos uma população formada principalmente por imigrantes europeus, com pele olhos e cabelos mais claros, cuja pele acaba sofrendo muito com a influência da irradiação solar. Por essa razão, precisamos levar a conscientização da prevenção do câncer de pele desde a infância, para que as pessoas não sofram os efeitos cumulativos do sol, que com o passar das décadas podem repercutir na formação de lesões pré-cancerosas e cancerosas de pele”, cita.
O representante comercial, Adão Guedes Molinari, foi um dos moradores de Rio Preto que passaram por atendimento no mutirão. Ele conta que há um certo tempo notava uma mancha no corpo que suspeitava ser um melanoma, mas, em razão da rotina corrida, tinha dificuldades em organizar a agenda para buscar atendimento médico.
“Vivi minha infância no sítio, a gente não usava e nem tinha condições de comprar protetor. Só passei a usar depois dos trinta anos, quando entendi a necessidade de me cuidar. Em contrapartida, sei que não consigo recuperar dos danos que foram feitos quando não me cuidava, então essas ações são importantes para mostrar para as pessoas a importância desse cuidado desde cedo”, conta.
“É com grande alegria que comemoramos o sucesso do mutirão de prevenção ao câncer de pele, promovido pelo HB. Agradecemos aos profissionais de saúde e parceiros que trabalharam na realização dessa ação que, sem duvidas, terá um impacto duradouro, salvando vidas e promovendo conscientização da população”, cita a diretora administrativa do HB, Dra. Amália Tieco.
Principais tipos de câncer de pele
O chefe do Departamento de Dermatologia da Funfarme, Dr. João Roberto Antônio, explica que existem os cânceres de pele Não Melanoma e os Melanomas.
Os Não Melanomas são aqueles que surgem das chamadas ceratoses actinicas, que são lesões pré-cancerosas causadas pela exposição prolongada e repetida à radiação ultravioleta (UV), do sol, principalmente na fase jovem da vida. Isso faz permanecer uma dose cumulativa com danos que se manifestam no decorrer das décadas seguintes.
“Geralmente são pequenas, ásperas ao toque, com cor variando de rosada, avermelhada a marrom clara, ou até esbranquiçada. Elas são mais comuns em áreas expostas ao sol, como o rosto, o couro cabeludo (especialmente em pessoas calvas), orelhas, mãos, braços e colo. Quando não tratadas podem evoluir para o Carcinoma basocelular ou o espinocelular”, explica o doutor.
Já os Melanomas, são o tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele e tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. “Em geral, é de aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos acometendo pernas, tronco, pescoço e rosto. Quando essas pintas mudam seu comportamento, coçando, doendo ,crescendo, ou inflamando, pode ser um sinal de transformação maligna. Nesses caso procure um dermatologista para esclarecimento e tratamento. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as possibilidades de cura”, finaliza.
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