Laudos apontam que salão onde mulher fez escova progressiva e morreu dias depois não usou formol

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Lidiane Ferreira dos Santos, de 31 anos, morreu em dezembro de 2019, em Ilha Solteira/SP. Delegado disse que não foram identificados indícios contra os funcionários ou donos do salão por homicídio culposo.


Laudos apontaram que os produtos usados na escova progressiva de Lidiane Ferreira dos Santos, de 31 anos, que morreu dez dias depois de fazer o procedimento em um salão de beleza de Ilha Solteira/SP, não continham formaldeído, agente químico popularmente conhecido como formol. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.

Lidiane fez o procedimento no dia 6 de dezembro de 2019. A família informou que, quando estava voltando para casa, começou a sentir queimação pelo corpo, irritação na pele e falta de ar.

Em entrevista, o delegado Miguel Rocha afirmou que, com base nos laudos, não foram identificados indícios contra os funcionários ou donos do salão por homicídio culposo.

“Não há nexo de causalidade entre a morte da vítima e o uso do produto pelo salão. Se os laudos comprovassem a presença de formaldeído, a investigação tomaria um rumo diferente. Com presença, seria um indício de que as queimaduras encontradas na vítima foram causadas pelo formaldeído”, explicou Miguel Rocha.

Além de obter os resultados dos exames que apontaram a inexistência de formaldeído na composição química de dois fracos apreendidos no salão de beleza, a Polícia Civil escutou testemunhas, médicos, enfermeiros, cabeleireiros e funcionários.

“Fizemos um relatório com a conclusão. A Justiça determinou a realização de algumas diligências, além de pedir para ouvirmos o pessoal do salão novamente. Vamos finalizar e encaminhar novamente à Justiça. O Ministério Público vai analisar e decidir se promoverá ação penal ou o arquivará o caso”, disse Miguel Rocha.

Procedimento

A irmã da vítima disse que Lidiane procurou o Hospital Regional de Ilha Solteira assim que começou a passar mal. Ela, no entanto, foi internada somente no dia 12 de dezembro de 2019.

“O médico, de início, achava que era dengue, mas depois que fez os exames e constatou que minha irmã estava com uma reação alérgica muito forte. Aí eles entraram com a medicação certa”, disse Adriana Ferreira dos Santos.

Lidiane aguardava transferência para a Santa Casa de Araçatuba/SP, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória na Unidade de Terapia Semi-intensiva e morreu no dia 16 de dezembro.

O corpo de Lidiane foi enterrado em 17 de dezembro, no Cemitério Municipal de Ilha Solteira, sob forte comoção de familiares.

Sobre o atendimento recebido pela vítima no Hospital Regional de Ilha Solteira, o delegado Miguel Rocha afirmou que também não foi possível encontrar qualquer indício contra os funcionários do Hospital Regional.

*Com informações do g1