Vereador do PSB questionou os investimentos de R$ 1,3 mi, que ao seu ver, são desnecessários; já o presidente do Legislativo rebateu as críticas e recebeu apoio da Mesa Diretora.
Durante a 41ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, desta quarta-feira (16.nov), as reformas promovidas e, em execução, pela Mesa Diretora da Casa de Leis, foram colocadas em xeque e questionadas pelo vereador Jura (PSB), que disse entender como “desnecessário” o investimento de aproximadamente R$ 1,3 milhão.
Na tribuna, Jura iniciou seu discurso afirmando não ter visto articulação entre os parlamentares para discutir o investimento na Câmara presidida no biênio por Serginho da Farmácia (PSDB). “Nós estamos colocando forro sob forro e não tinha necessidade nenhuma, pois está em perfeito estado. Eu fiquei estarrecido porque aqui também está colocado que vai trocar essas almofadas e não sei o motivo. Se essas almofadas estivessem danificadas ou sujas, tudo bem, mas vejo que não é isso que acontece. O Tribunal de Contas do Estado tem feito apontamentos nas Câmaras e tem ex-presidentes respondendo, inclusive, quando não faz de uma forma organizada a despesa dos dois anos. A próxima licitação é para a compra de cadeiras para vereador, de mesas, 28 mesas em L, 28 gaveteiros, 31 cadeiras, não tem necessidade, isso aqui é brincar com o dinheiro público. Em quantas ambulâncias, quantos exames, vagas em creches, medicamentos poderíamos ter investido esse dinheiro?”
Em seguida, o vereador Thiago Gualberto (PSD), membro da Mesa Diretora, saiu em defesa das reformas, afirmando que assim como o planejamento da Prefeitura é bem executado, o da Câmara não é feito a bel-prazer: “Embora os questionamentos do Jura sejam pertinentes em relação a sua opinião, não são pertinentes em relação a colocar em dúvida o que tem sido feito na Câmara Municipal, pois não é só o presidente que toma essa decisão, é a sua equipe vendo qual é a necessidade e o aconselhando a fazer o que tem que fazer. Nós temos um orçamento e precisamos cumpri-lo. Não é verdade que o dinheiro está sendo gasto de qualquer jeito.”
Sueli Friósi (Avante) e Jezebel Silva (Podemos), também atuais componentes da Mesa Diretora, discursaram em defesa das reformas em curso, e defenderam a condução dos trabalhos por Serginho da Farmácia, a qual Friósi adjetivou como “visionário”: “Esse planejamento foi bem fomentado, e nós temos um presidente visionário, porque, em outra situação como presidente, ele colocou aqui nessa Câmara rede fotovoltaica, então a Câmara hoje não gasta com energia elétrica, ela é autossuficiente então acredito que todas as questões que foram colocadas nesse planejamento tenham a mesma condição de um olhar para frente”, ponderou.
Há tempos, comedido nas palavras, Serginho da Farmácia retrucou imediatamente os questionamentos do colega de parlamento e elevou o tom: “Vossa excelência teria que ter feito esses questionamentos na aprovação do orçamento pelo qual votou favorável. Temos todos os relatórios dos motivos dessa reforma, que serão mostrados no momento oportuno e se tiver alguma dúvida, Jura, coloca no papel que com certeza será respondido. O Ministério Público está aí também, é só acionar. Aqui é tudo bem transparente, aqui faz a coisa certa e não teme, Jura. O senhor me fez um elogio há duas semanas me cumprimentando pelo processo da forma que está sendo feita, tudo com licitação, então o senhor pode ficar tranquilo que aqui as atitudes são verdes e amarelas, aqui não é vermelha não, aqui não tem corrupção. O nobre vereador Jura está no papel, hoje, de vice-líder e tem muita coisa para se preocupar, as ruas estão escuras, então essas picuinhas deixa para lá, deixa que isso aqui a Mesa Diretora resolve. Cumpra com o seu papel que a Mesa Diretora está cumprindo com o dela”, disparou o presidente da Casa de Leis.
Obras
As obras mencionadas por Jura compreendem a troca do carpete (R$98 mil), pintura externa da Câmara (R$ 254 mil), instalação de um novo sistema de ar-condicionado (R$ 748 mil), troca do forro (R$ 71 mil), reforma do piso (R$ 110 mil) e restauração das poltronas do plenário (R$ 13 mil), todas essas obras já homologadas.
Jura questiona ainda o processo de licitação para aquisição nove mesas simples, 28 mesas tipo “L”, 28 gaveteiros volante, 31 cadeiras tipo “presidente, somando aproximadamente R$ 107 mil. Itens no qual, também, julga ser desnecessários, pois os que estão na Câmara estariam em perfeitas condições e atendendo com qualidade os vereadores e servidores.
Em nota enviada ao Diário, nesta sexta-feira, Jura destacou que, de todas as obras em curso na Câmara, concorda com a troca do piso, justificando: “pois o existente é branco, tem que ser limpo semanalmente, dando muito trabalho à equipe de limpeza”; além das melhorias no sistema de ar-condicionado.