Inflação força mudança de hábitos no supermercado, aponta Abras 

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Foto: Reprodução

Produtos de marca própria, em média 15% mais baratos, representam até 30% do consumo das famílias.


Segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o brasileiro teve que mudar os hábitos no supermercado em março por causa da inflação. Os itens mais buscados têm sido os de marca própria, em média 15% mais baratos que os de marcas líderes. Nas redes, os produtos representam entre 20% e 30% do consumo.

Ainda de acordo com a associação, os consumidores passaram a diversificar os canais, o que aumentou o número de compras online, estão se planejando mais para ir menos vezes aos pontos de compra, procuram alimentos com embalagens em que o desembolso é menor ou que tenham o desconto “família” e têm priorizado marcas mais em conta. Além disso, o brasileiro também passou a racionar mais as compras. 

Consumo nos lares 

O consumo no primeiro trimestre teve alta de 2,59%. A projeção é que para o ano haja um aumento de 2,80%. Em março, o crescimento em relação a fevereiro foi de 6,38%. Já em comparação ao mesmo período de 2021, as compras realizadas pelas famílias subiram 2,41%. 

De acordo com a associação, o saque de R$ 1.000 do FGTS, o pagamento antecipado da primeira parcela do 13° salário e o Auxílio Brasil têm contribuído para o crescimento do consumo. 

Preço da cesta básica 

A cesta básica Abras, composta de 35 produtos usados em larga escala, acumula alta de 5,11% no trimestre. Em 12 meses, o aumento é de 15,45%. O vilão é o tomate, que subiu 27,22% em março e teve aumento anual de 122,68%. 

O Sul tem a cesta básica mais cara do país no momento (R$ 814,48). Também é a região com maior variação mensal de preço, 3,38%, o que representa um crescimento de R$ 26,63. 

Logo depois, vem a cesta básica da região Norte, que custa R$ 806,98. Houve alta dos produtos de R$ 14,55 (1,93%). 

A cesta básica dos estados do Sudeste teve alta de 3,16% em março, mas tem o maior acúmulo em 12 meses (18,67%). Ela custa em média R$ 722,14 na região, depois de ficar R$ 22,14 mais cara em março. 

Os produtos da cesta no Nordeste também tiveram um crescimento robusto em um ano (18,08%). A alta mensal foi de 1,93%. Porém têm o menor o preço entre as regiões (R$ 665,66). Os produtos subiram R$ 12,06, em comparação a fevereiro. 

Já no Centro-Oeste, que teve a menor variação mensal (1,58%), o preço da cesta chegou a R$ 672,41, tendo um aumento de R$ 10,42.

*Com informações/Estadão