Infectologista do Hospital de Base de Rio Preto alerta para a gravidade da epidemia de dengue

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Cássia Estofolete, infectologista do Hospital de Base de Rio Preto - Foto: Reprodução

A especialista destaca a importância do papel de cada cidadão no combate ao mosquito transmissor.


São José do Rio Preto e região já enfrentaram inúmeras epidemias de dengue, porém, a atual é diferente e com significativo número de casos graves comparada as anteriores, alerta a médica infectologista Cássia Estofolete, do Hospital de Base e professora da disciplina de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).

“Esta epidemia merece muito a atenção de todos nós, porque existem dois sorotipos de vírus da dengue diferentes dos que já circularam aqui anteriormente. Um em especial, o sorotipo 3, que não registrávamos casos de internação hospitalar na região há mais de 15 anos”, ressalta Dra. Cássia. Este sorotipo se junta ao sorotipo 2, já presente no noroeste paulista.

Há outra característica desta epidemia que preocupa os infectologistas e demais profissionais de saúde. “Pessoas em torno de 20 e 30 anos normalmente apresentam uma resposta inflamatória mais exacerbada e sabemos que a dengue depende na sua sintomatologia e gravidade de uma resposta inflamatória. Com isso, é esperado, inclusive, que a gente tenha muito mais casos graves”, pontua a infectologista do Hospital de Base de Rio Preto (HB).

Vídeo da infectologista no Youtube traz alerta e orientações

O Hospital de Base de Rio Preto publicou no Youtube vídeo com a dra. Cássia Estofolete com este alerta e orientações sobre a dengue. O link para assistir o vídeo é:
https://www.youtube.com/watch?v=eWQw3qYMozc

O papel de cada cidadão no combate à dengue

As campanhas e iniciativas adotadas pelos poderes públicos são fundamentais, no entanto, Dra. Cássia considera que cada cidadão precisa assumir sua responsabilidade no combate à dengue. “Cada um de nós precisa se conscientizar de seu papel dentro de sua comunidade, de seu local de atuação, inclusive profissional, neste processo de combate à transmissão da doença”, afirma a infectologista.

E esta postura envolve ações simples de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, de amplo conhecimento da população, mas que precisam ser praticadas todo dia.

Segundo a médica do HB, basicamente as ações visam acabar com os criadouros onde o mosquito consegue se reproduzir. Evitar os conhecidos depósitos como pneus, garrafas abertas, baldes, vasos de plantas, mas todos os recipientes que possam acumular água, por menores que sejam. “Uma tampinha de garrafa que fica ali no ambiente, aquele copo plástico que foi inadvertidamente jogado no ambiente, todo local que possa reter água é um criadouro desse mosquito”, diz Dra. Cássia.

A infectologista orienta também o uso de repelentes especiais para cada faixa etária e com cada componente, capazes de proteger da picada do mosquito Aedes aegypti.

Saber os sintomas da dengue é mais um requisito fundamental no combate à esta epidemia, considerada uma das mais importantes da região. Se identificados, a infectologista orienta a pessoa a procurar imediatamente o serviço de saúde.

A infectologista do Hospital de Base lista os sintomas:

– febre;

– dores nas articulações, de cabeça, nos olhos;

– vermelhidão por todo o corpo.

Muitas vezes estes sintomas podem, ao longo dos dias, evoluírem e tornarem-se mais graves, tais como:

– dor abdominal mais intensa e duradoura;

– vômitos seguidos a ponto de levar inclusive à desidratação;

– sintomas parecidos com desmaio;

– queda na pressão arterial;

“Além disso, há sintomas muito graves, em que órgãos nobres são acometidos, em especial, o sistema nervoso central”, ressalta Dra. Cássia. A pessoa então pode ter crise convulsiva, alteração do nível de consciência, no funcionamento do coração e dos pulmões, até mesmo levando o paciente a precisar de oxigênio e intubação.

“É muito importante que as pessoas saibam de todos estes sintomas para buscarem o serviço de saúde o quanto antes”, reforça a médica do Hospital de Base de Rio Preto. “Fundamental, no entanto, é a participação de todos no combate a esta epidemia que tanto nos preocupa”, finaliza a infectologista.

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