Homenagem dos filhos, genro, nora, netos e bisnetas do saudoso casal Luiz Marques Pereira e Gláucia Soares Marques Pereira.
A data de ontem (09) nossa querida mãe completaria 103 anos. Não queríamos deixar a data passar em branco e para isso trouxemos nessa homenagem, lembranças de suas vidas, muito bem vividas aqui em nossa querida Votuporanga.
Luiz Marques Pereira era um homem determinado e com sua sabedoria e esforço conquistou uma vida digna para sua família. Saiu da extrema pobreza em Viçosa (MG) e com o auxílio de Deus e de um valoroso professor, foi conquistando o mundo.
Não tinha sapatos, vendia alface na rua e foi lanterninha no cinema, além de ter sido auxiliar de farmácia. Num certo dia Deus colocou em seu caminho um professor, este doente, não tinha como descer as escadas de onde morava e buscar seu remédio, então o nosso pai levava os medicamentos a ele. Este mesmo professor deu ao nosso pai a oportunidade de estudar. Na época ele tinha de passar em 1º ou 2º lugares para ingressar numa escola técnica que posteriormente se transformou na tradicional Faculdade de Agronomia de Viçosa. Nosso pai passou, mas tinha que fazer provas todos os anos e sempre passou com louvor.
Ele nos contava que copiou um dicionário a mão já que não tinha dinheiro para comprar um. Seu caderno era formado com folhas de papel de pão. Foram muitas suas dificuldades, mas tudo compensou, ele estudou muito, começou a trabalhar na ACAR (Associação de Crédito e Assistência Rural) que posteriormente se transformou na EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), onde conheceu nossa mãe, a jovem Gláucia Soares, que acabou por ser sua esposa e companheira por 49 anos. Juntos trabalharam e ainda orientavam sobre questões sanitárias famílias pobres da zona rural de várias cidades do Triângulo Mineiro.
Em 1953 ele passou no concurso do Banco do Brasil e mudou-se para Votuporanga quando a agencia foi inaugurada. Foi fiscal agrícola e se aposentou na mesma agência. Após estar aposentado, minha mãe acordava às 4 horas para lhe fazer a marmita para que ele pegasse o trem e para ir a propriedade rural que juntos adquiriram em Nhandeara, onde levavam trabalhadores para plantar e colher café. “Muitas vezes eu criança (filha Cristina) ia na caçamba da camionete”.
Foi muita luta e sofrimento para construírem seu patrimônio. E o que não faltou foi o auxílio de uma companheira que nada quis para si, só trabalhou e foi modesta em toda a sua vida. Nesse lar de dignidade e luta fomos criados. eu (Cristina) e meu irmão Geraldo. Como em todo lar nada era perfeito, sei que eles fizeram o melhor por nós e sou muito grata a isso e sinto muito a falta dos dois para nos orientarem. Por ironia do destino eu me tornei professora, profissão de minha mãe e meu irmão Agrônomo, profissão de meu pai. Perdemos a nossa mãe em 7 de setembro de 2003 e meu pai em 7 de Julho de 2020.
Fica aqui um pouco da história deste casal para que os amigos possam conhecer um pouco mais da vida dele. Agradeço a Deus que sempre foi a base de nosso lar por ter nos dado essa família, nossos pais foram pessoas valorosas e ensinaram aos filhos para a serem pessoas dignas e honestas e isso nenhum dinheiro compra.
Gratidão ao nosso pai e a nossa mãe. Neste sábado 08/03/2021 o céu estará em festa e nós seus filhos não poderíamos deixar essa data passar em branco, vocês nunca serão esquecidos ou substituídos.
A vocês a nossa gratidão.
(FILHO) Geraldo Magela Marques Pereira, sua esposa Sara Carvalho Pereira e seus filhos Valéria, Tiago e Luiz Neto, além dos netos Mariana e Jéssica.
(FILHA) Cristina Soares Marques Pereira Cabral, seu esposo Fernando De Souza Cabral e a filha Melissa Cristina Pereira Cabral.
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