Governo de SP estuda parar futebol e contraria Federação Paulista

1035

Após o Ministério Público solicitar a interrupção dos campeonatos ao governador João Doria, a Federação Paulista de Futebol emitiu um comunicado contrário à possível medida.


O debate sobre a paralisação do futebol no estado de São Paulo ficou mais acalorado nesta terça-feira (9). Após o Ministério Público solicitar a interrupção dos campeonatos ao governador João Doria, a Federação Paulista de Futebol emitiu um comunicado contrário à possível medida.  

Citando os testes recorrentes e as medidas de isolamento, a entidade defende que não existem indícios de que os jogos de futebol sejam lugares que sugerem qualquer tipo de contaminação.  

A nota ainda afirma que a FPF tem trabalhado na conscientização sobre a pandemia, com movimentos como o “Vacina FC”, que estimula as pessoas a irem se imunizar. 

Por fim, a organização cita a expectativa para que o governador do estado de São Paulo siga os “critérios científicos” e não paralise o futebol. 

Confira a nota oficial da FPF:  

“A Federação Paulista de Futebol, por meio de seu Comitê Médico, presidido pelo Prof. Dr. Moisés Cohen, vem a público manifestar contrariedade à recomendação do Procurador-Geral, Sr. Mario Sarrubbo, à paralisação dos jogos de futebol no Estado de São Paulo. 

Elencamos, abaixo, critérios científicos que embasam a continuidade do futebol:  

1 – O futebol retomou suas atividades seguindo um rigoroso protocolo de saúde, elaborado pelos médicos de todos os clubes e pelo Comitê Médico da FPF. O documento, que vem sendo seguido à risca durante todo este período, foi aprovado pelo Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado, órgão composto pelas maiores referências médicas no combate à Covid-19. O protocolo foi, inclusive, aprovado pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Ministério Público do Trabalho, representados em audiência de mediação pré-judicial para o retorno do futebol, em junho. Elogiado por todos os especialistas, o documento veta acesso do público aos estádios, estabelece testes recorrentes aos profissionais dos clubes e limita a quantidade de pessoas envolvidas na organização, fazendo das partidas locais seguros; 

2 – A recomendação vai na contramão do combate à Covid-19 no mundo, como em países que realizaram rigorosos lockdowns em meio à segunda onda e mantiveram o futebol profissional em atividade. Nações como Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, mesmo com medidas extremamente restritivas à população, seguiram com suas ligas em atividade, sob o correto conceito técnico de que os jogos de futebol não são, sob nenhuma hipótese, locais que sugerem qualquer tipo de contaminação. E, além disso, o futebol é um importante entretenimento à população neste trágico momento que vivemos; 

3 – O futebol paulista, por meio da Federação Paulista de Futebol e dos clubes, tem sido um meio fundamental para a educação e conscientização da população sobre o combate à Covid-19. Lançamos antes do início do Campeonato Paulista a primeira campanha de enfrentamento à Covid-19 do futebol no Brasil: o Vacina FC. Trata-se de um movimento da FPF e de todos os clubes que incentiva a população a se vacinar, orienta e combate a desinformação, além de propagar informações sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar o contágio; 

Por fim, a Federação Paulista de Futebol reitera que não há qualquer argumento científico que sustente a tese de que o futebol profissional gere aumento no número de casos. Pelo contrário, o futebol possui um protocolo extremamente rigoroso, com acompanhamento médico diário e testagem em massa de seus profissionais. Uma eventual paralisação seria ainda mais prejudicial ao combate à Covid-19, pois deixaria expostos milhares de atletas, que não mais passariam a ter o controle médico diário e de testagem que o futebol oferece. A FPF acredita que o Governo do Estado de São Paulo continuará seguindo a ciência e manterá o futebol profissional em atividade, seguindo o protocolo de saúde por ele aprovado.”