Os recursos serão retirados de dois programas de auxílio em 2021: Pró-Santa Casa e Programa Sustentável. Em meio à pandemia, a medida vai atingir 180 unidades hospitalares.
Uma resolução publicada no Diário Oficial do Governo de São Paulo, na última quarta-feira (6), afeta diretamente as santas casas e hospitais filantrópicos do território paulista que vão sofrer um corte de 12% nos recursos que recebem do governo estadual em 2021. Os recursos serão retirados de dois programas de auxílio: Pró-Santa Casa e Programa Sustentável.
Em meio à pandemia da Covid-19, a medida vai atingir 180 unidades hospitalares. O programa Pró-Santa Casa atende 117 instituições e vai deixar de receber R$ 41 milhões por ano.
O Programa Sustentável, que fomenta 63 instituições, vai perder R$ 39 milhões. A verba para custear despesas como a compra de medicamentos, insumos hospitalares, médicos, enfermeiros, recepcionistas e serviços de limpeza vai encolher R$ 81 milhões.
As santas casas e hospitais filantrópicos representam mais da metade, 56%, das internações do SUS em todo o estado. Sete em casa dez internações são de alta complexidade.
“Acho que agora devia cortar qualquer outra coisa, menos verba desses hospitais que estão atendendo a pandemia com leitos de UTI aqui no estado de São Paulo”, disse Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Fehosp).
Os cortes nos repasses às Santas Casas não incluem as despesas com as compras de insumos e nem a contratação de serviços para o tratamento de pacientes com Covid-19. Pelo menos é o que consta no texto da resolução aprovada. A Fehosp alerta que esse dinheiro a menos vai afetar o atendimento a todos os pacientes – qualquer que seja o motivo da internação.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que nenhum atendimento relacionado à Covid-19 será prejudicado. “Nós não desfinanciaremos qualquer atendimento de Covid, não haverá qualquer prejuízo no atendimento Covid, porque os recursos que financiam essas ações não só estão mantidos, como estão em expansão”, disse Eduardo Ribeiro Adriano, secretário Executivo de Estado da Saúde.