Perda de verduras e hortaliças foram registradas em propriedades de Cedral e Ruilândia.
Produtores rurais de cidades do noroeste paulista estão contabilizando os prejuízos após uma geada atingir a região na madrugada de sexta-feira (30).
Em uma propriedade de Cedral, a proprietária contou que um tambor com fogo foi colocado na horta para tentar amenizar a perda. Contudo, pelo menos metade da produção ficou comprometida.
“Meu pai tem a horta há muitos anos. Desde pequena eu acompanho ele e nunca tinha visto algo assim”, conta Ana Carla Cardoso.
“A gente até colocou [tambor com fogo], mas não conseguiu amenizar porque a geada foi muito forte mesmo. Ontem a gente percebeu que foi um pouco mais fraca, mas hoje não teve condições”, completa.
A propriedade, que tem uma área de um hectare, conta com plantações como alface, rúcula, couve, almeirão, vagem e repolho que ficaram cobertas por gelo.
“A gente deixou elas descongelarem no sol para não ter um prejuízo maior, mas mesmo assim já estão começando a escurecer e murchar. Daqui a um ou dois dias elas já estarão totalmente escuras. A perda é muito grande. Só o miolo das verduras dá para colher”, explica Ana Carla.
Em Ruilândia, distrito de Mirassol, João Luiz Cardoso produz verduras e hortaliças há dez anos e também tem adotado medidas para minimizar as perdas. Nesta geada, ele conseguiu salvar boa parte da produção.
“Parece que amenizou um pouco. Na outra geada, como eu não tinha colocado [proteções nas hortas], queimou mais”, conta. “Você trabalha hoje para comer amanhã, tem que pagar empregado, luz, semente; tudo caro. Então se torna muito difícil para a gente.”
Em uma semana, esta é a segunda geada que atinge a região. Em uma área da propriedade de João, cerca de R$ 15 mil foram investidos em plantações que foram perdidas devido às baixas temperaturas. De acordo com o produtor, a recuperação deve levar pelo menos três meses.
“O produtor apanha, mas tem que aguentar, porque a gente não sabe fazer outra coisa. Mas eu creio que se Deus abençoar e não tiver mais nada, logo recupera.”
Na propriedade, a verdura perdida é usada para alimentar os porcos. A produção que não é atingida abastece feiras e escolas.
(G1)