GASTRONOMIA – Com moderação pimenta pode ser muito bom!

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Ingerir duas taças de vinho diariamente acarreta em grandes benefícios como a melhora da circulação sanguínea, diminuição das taxas de colesterol, o que é fundamental para prevenir acidentes cardiovasculares e para o aumento da expectativa de vida. Porções diárias controladas de chocolate liberam quantidades de endorfina suficientes para prevenir o stress e sintomas da depressão, além de serem prescritas para o tratamento de pacientes com quadro instalado desta doença, que já vem sendo tratada como epidemia por parte da comunidade médico-científica mundial.
Propriedades anticancerígenas, antioxidante, antiinflamatória, entre outras, podem ser encontradas em ervas, especiarias, raízes, verduras, legumes, bulbos e tubérculos, como cebola, alho, gengibre, limão, aipim, cará, algas, enfim, numa extensa lista que ocuparia várias páginas.
Descoberta há aproximadamente 9 mil anos (7 mil A.C.), na região que hoje abriga o México, a pimenta, que manteve o status de vilã até bem pouco tempo, depois várias pesquisas e anos de estudos, ficou comprovado, que ao contrário do que muitos acreditavam, pode ajudar no tratamento de hemorróidas e varizes, dermatológicos, do couro cabeludo (shampoo a base de estrato de pimenta – capsaicina), inclusive para auxiliar no crescimento de cabelo, na redução dos sintomas e efeitos da TPM, dores de cabeça, enxaqueca, além de retardar o envelhecimento, inibindo significativamente a ação dos radicais livres, já que é um potente antioxidante, acelera o metabolismo promovendo maior queima de calorias e conseqüentemente do excesso de gordura, e, de quebra, a desobstrução de vasos importantes para o bombeamento e circulação do sangue para todos os órgãos do corpo, principalmente para nossa válvula mestra que é o coração, com um bônus extra por apresentar propriedades anticancerígenas e antiinflamatórias.
Observando o apresentado no parágrafo acima, podemos dizer que as características benéficas da pimenta, parecem terem sido feitas para atender mais especificamente ao público feminino, pois, atacam os pontos que mais preocupam e incomodam as mulheres como TPM, pele, cabelo, envelhecimento precoce e suas rugas, câncer de mama e colo do útero e aquelas incômodas e inconvenientes gordurinhas a mais, o que não exclui os homens, muito pelo contrário, faz deles os maiores interessados em apimentar a vida de suas parceiras e pretendidas, em busca de um sonho, que até então parecia completamente utópico. Qual “macho” desta espécie não sonha com uma “fêmea” mansa nos períodos pré e pós menstruais, com lindos cabelos, pele de pêssego, sem rugas e outros traços de envelhecimento, sem aquele excesso de tecido adiposo, distribuído pelo abdômen, pernas e quadris e além de tudo, radiante, confiante e com a auto-estima super elevada por se sentir bela e desejada por todos (ops!)? Todos, exceto pelo último trecho, que começa com ‘radiante’ e termina com ‘desejada por todos’, que pode causar dores e erupções na parte superior frontal da caixa craniana masculina.
Este pode ser o preço pago por quem só vê a casca e esquece-se do conteúdo, afinal, com pimenta ou sem pimenta devemos amar nossas mulheres como elas são, pelo o que representam em nossas vidas, por aguentarem nossas “mamãezadas”, manias e chatices, independente do que a vida ou a TPM possa vir a provocar no seu corpo e humor, por isso fiz a referência acima utilizando macho e fêmea entre aspas.
A fim de evitar uma corrida de homens e mulheres as feiras e mercados em busca desta milagrosa e ardida frutinha, devo informar que como tudo em excesso, pode ser altamente prejudicial à saúde e inverter os efeitos maravilhosos acima citados, causando gastrites, irritação da pele, hemorróidas, mau humor, entre outras mazelas que é de bom alvitre nem mencionar.
O ideal, além da moderação, é ingeri-la em natura picadinha ou amassada com um pilão ou garfo, com um pouquinho de limão e/ou azeite de oliva, na proporção média de no máximo uma pimenta por prato de refeição (no caso da dedo de moça, ½ é o suficiente), de acordo com o teor de ardência e a resistência de cada um, pois pimentas como malagueta e comari costumam apresentar ardor mais acentuado, por isso, deve-se levar em consideração também, a quantidade de comida posta no prato.
Por falar em comida, quando o assunto é pimenta, logo vem à mente pratos da culinária baiana e mexicana, que parecem ter virado sinônimo de picância, porém, outras formas da mesma, aparecem embutidas em misturas de especiarias como o curry, páprica e tempero sírio, além das poderosas ‘do reino’, ‘da Jamaica’, calabresa e ‘a rosa’, que fazem parte de cozinhas importantes, com forte influência na nossa cultura gastronômica, como a árabe, tailandesa, indiana, húngara, espanhola e italiana.
Por isso, nas receitas de hoje, teremos um lanchinho tipicamente Brasilense, diretamente da Capital Federal onde o Brasil se mistura e outra de origem Indiana, que pode ser preparada sem pimenta.

BURACO QUENTE:

Você vai precisar de – 1 xícara de chá de azeite, ou 2 colheres de sopa de manteiga; – 1 cebola picadinha; – 1 pimentão vermelho picado; – 2 tomates grandes em cubinhos; – ½ xícara de chá de azeitonas verdes picadas; – 100g de bacon em cubinhos; – 1 kg de carne moída (patinho ou coxão); – 20 pães franceses ou 35 mini francês; – 1 pimenta dedo de moça picadinha com semente; – sal e p. reino qb; – ¾ de xícara de cheiro verde picadinho.

Preparo: Em uma panela antiaderente, aqueça o azeite ou a manteiga, frite o bacon até ficar bem douradinho, junte a cebola, doure e faça o mesmo com o alho, acrescente a pimenta dedo de moça, mexa para juntá-la ao refogado, coloque a carne moída e continue mexendo e refogando, ponha o restante dos ingredientes, exceto o cheiro verde e mexa e refogue por aproximadamente 10 minutos, apague o fogo, jogue o cheiro verde, mexa ligeiramente e tampe a panela. Retire o miolo dos pães sem cotá-los, recheie-os com a carne moída e sirva com suco, refrigerante, chá gelado ou cerveja geladinha.