Gasolina sobe pela quinta semana seguida, diz ANP. Máxima chega a R$ 7,99 nos postos 

919

Diesel e gás de botijão também têm alta. Segundo o Observatório Social da Petrobras (OSP), os preços dos combustíveis estão nos maiores patamares do século.


O preço médio da gasolina nos postos do país subiu 2,25% na semana passada, chegando a R$ 6,710 o litro, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor máximo foi de R$ 7,999 no Rio Grande do Sul.

Essa foi a quinta semana consecutiva de alta. 

É possível encontrar o litro da gasolina acima de R$ 7 em postos de 20 estados: 

  • Acre (R$ 7,600); 
  • Alagoas (R$ 7,198); 
  • Amazonas (R$ 7,350); 
  • Bahia (R$ 7,299); 
  • Ceará (R$ 7,190); 
  • Distrito Federal (R$ 7,499); 
  • Espírito Santo (R$ 7,090); 
  • Goiás (R$ 7,399); 
  • Mato Grosso (R$ 7,230); 
  • Minas Gerais (R$ 7,599); 
  • Pará (R$ 7,250); 
  • Paraná (R$ 7,300); 
  • Pernambuco (R$ 7,439); 
  • Piauí (R$ 7,299); 
  • Rio de Janeiro (R$ 7,749); 
  • Rio Grande do Norte (R$ 7,299); 
  • Rio Grande do Sul (R$ 7,999); 
  • Rondônia (R$ 7,030); 
  • São Paulo (R$ 7,399); 
  • Tocantins (R$ 7,129). 

A escalada de preços é reflexo do reajuste no valor da gasolina e do diesel feito pela Petrobras e em vigor desde 26 de outubro. 

Por conta do reajuste, o preço do litro do diesel subiu 2,45% nos postos brasileiros na semana passada, chegando a uma média de R$ 5,339. O preço máximo foi de R$ 6,700 o litro em Cruzeiro do Sul, no Acre. 

O valor médio do litro do etanol, por sua vez, subiu 4,5% na semana, para R$ 5,294. O preço máximo foi de R$ 7,899 o litro em Bage, no Rio Grande do Sul. 

O preço do botijão de gás (GLP), por sua vez, se manteve estável e fechou a semana em R$ 102,48. 

Novas regras para venda no país 

Nesta quinta-feira (4), a ANP alterou as regras de comercialização de combustíveis em todo o país.

As principais mudanças aprovadas pela diretoria do órgão foram a liberação da venda por delivery da gasolina comum e do etanol e a forma de mostrar os preços nas bombas. 

Por enquanto, o valor mostrado na bomba tem três casas decimais. Desde quinta-feira (4), são necessárias apenas duas casas decimais. 

Segundo a ANP, as medidas passaram a ser discutidas depois da greve dos caminhoneiros de 2018 e foram submetidas à consulta e audiência públicas. 

Maiores preços do século 

Segundo o Observatório Social da Petrobras (OSP), instituição ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais ( Ibeps) e Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), os preços dos combustíveis estão nos maiores patamares do século. 

No caso da gasolina, o maior valor foi registrado em outubro, quando o litro ficou em R$ 6,34, assim como o diesel (R$ 4,526) e o gás de botijão, com R$ 100,79. 

— Desde março, o GLP vem mês a mês atingindo o maior valor do século. No caso do diesell, esse recorde vem sendo quebrado mês a mês desde maio. Na gasolina, o maior patamar de preço chegou em outubro — disse Eric Gil Dantas, economista do Ibeps e OSP. 

E complementou: 

— Há uma tendência de alta, se a gente pegar a evolução dos valores ao longo do mês de outubro. E ainda há espaço para mais alta da Petrobras nas refinarias. 

Levantamento do OSP aponta ainda que, desde que o PPI (Preço de Paridade de Importação) foi implementado, em 2016, no governo de Michel Temer, a gasolina registrou um aumento real (considerando a inflação) de 39%, com reajuste nominal (sem ajuste da inflação) de 79%. 

O litro do diesel S-10 superou a inflação em 28,7% e teve crescimento nominal de 60%. Já o gás de cozinha foi o recordista, com uma alta real de 48% acima da inflação e 84% em termos nominais. 

Além disso, os estados anunciaram que vão congelar o ICMS que incide sobre os preços cobrados nos postos, numa tentativa de amenizar os repasses para os consumidores das altas da Petrobras nas refinarias.

*Informações/g1