Campanha reforça a importância da conscientização para a prevenção, diagnóstico e combate da doença.
Você já ouviu falar de Fevereiro Laranja? É a campanha que visa a conscientização quanto a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia, doença que se inicia na medula óssea, onde o sangue é produzido.
Câncer mais frequente entre o público infanto-juvenil, segundo especialistas, a leucemia tem estimativa de mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 e 2025, segundo informações da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Causa
A proliferação de células anormais na medula óssea é a causa da leucemia. Neste processo, a formação de células saudáveis acaba sendo substituída pelas células cancerígenas.
A doença pode ser dividida em quatro grupos: a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), a Leucemia Mieloide Crônica (LMC), a Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). A LLA é a mais comum dentre as crianças, enquanto LLC costuma ser diagnosticada em pessoas com mais de 55 anos.
O Ambulatório de Oncologia da Santa Casa reforça as informações sobre a patologia, ressaltando que quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de cura dos pacientes.
Sintomas
Os sintomas da doença podem variar, de acordo com o tipo de leucemia, mas existem alguns sinais comuns que os pacientes apresentam. São eles:
- Febre ou calafrios;
- Fadiga e fraqueza persistentes;
- Infecções frequentes ou graves;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Nódulos linfáticos inchados;
- Desconforto abdominal, provocado pelo inchaço do fígado ou do baço;
- Hemorragias ou hematomas recorrentes;
- Pequenas manchas vermelhas na pele;
- Suor excessivo, principalmente à noite;
- Dores nos ossos e nas articulações.
Tratamento
O objetivo é anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias. É administrada a medicação quimioterápica, há um controle das infecções, das hemorragias e um foco maior no cuidado da doença no Sistema Nervoso Central, o que abrange o cérebro e a medula espinhal. Após o controle da doença, se necessário, é aconselhável o transplante de medula óssea.
Transplante
O transplante precisa de um doador compatível. E essa compatibilidade é determinada pela genética hereditária. Quanto mais próximos os indivíduos forem do ponto de vista hereditário, maior a chance de eles serem compatíveis.
O procedimento não ocorre por cirurgia e pode ter início com células do próprio paciente (transplante autólogo), ou com as células do doador (transplante alogênico). A doação se inicia quando a pessoa procura o hemocentro de sua cidade, retira cinco ml de sangue e assina um termo de consentimento da coleta deste material. Seus dados são armazenados no banco e se algum dia for compatível com um paciente que necessite do transplante, ela é chamada para fazer mais alguns exames.
Após essa etapa e confirmadas as boas condições, o doador é internado e irá passar por um destes dois processos:
- Por pulsão: retirada da medula óssea pelo osso da bacia com uma agulha.
- Por aférese: com a administração de um medicamento as células sadias se proliferam e a doação é realizado como uma doação de sangue.
Dra. Júlia Cordeiro enfatizou a importância da doação. “A cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível. Devido a essa estatística, quanto mais doadores tiver, maiores serão as probabilidades de compatibilidade entre as pessoas. O transplante de medula óssea é um gesto de amor”, frisou.
Desmistificando a doação de medula
A médica esclareceu as principais crenças quanto à doação de medula:
A doação só pode ser feita uma única vez: Mito.
Na realidade, a medula se regenera em 15 dias após a doação. Caso seja encontrado um novo paciente compatível, o processo pode ser repetido após esse período se a pessoa consentir. Assim, um único doador pode ajudar muitas pessoas.
O doador não pode voltar às atividades diárias rapidamente: Mito.
A recomendação médica é três dias de repouso. Como a doação é prevista em lei, é possível se ausentar do trabalho e receber atestado médico, dependendo do estado de recuperação.
A medula óssea é retirada do interior da coluna vertebral: Mito.
Medula óssea e medula espinhal não são a mesma coisa. A medula óssea é um tecido localizado no interior dos ossos, enquanto a medula espinhal é formada de tecido nervoso e está dentro da coluna vertebral. Por fim, a medula óssea é retirada do interior dos ossos da bacia.
Prevenção
Os exames de rotina se enquadram na prevenção da leucemia. É necessária atenção para qualquer alteração no sangue que possa surgir e caso exista suspeita da leucemia, é realizado mielograma, no qual é coletado uma pequena quantidade de medula óssea. Se o resultado for positivo, o tratamento deve der iniciado imediatamente.