Segundo a ONG, a mancha de poluição que passa pelo interior havia diminuído cerca de 40%, mas, com o lodo vindo da abertura das barragens, um grande trecho teve queda no nível de oxigênio.
Um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica mostra que a mancha de poluição no Rio Tietê chega a quase 300 quilômetros de extensão no interior de São Paulo, no trecho de Pirapora do Bom Jesus/SP até Botucatu/SP. O Dia do Rio Tietê é comemorado nesta quarta-feira (22).
O relatório anual apontou que os índices estavam melhores. Segundo a ONG, a mancha de poluição no trecho que passa pelo interior havia diminuído cerca de 40%.
No entanto, o lodo que deixou a água escura após a abertura das barragens, no fim de agosto, causou uma queda no nível de oxigênio em Salto/SP. Mais de sete toneladas de peixes mortos foram retiradas de um dos afluentes do Tietê no local depois do ocorrido.
“Infelizmente, após a abertura das barragens, aquele lodo contaminado derrubou os indicadores de qualidade da água do Tietê, que vinham apresentando uma média ao longo do ano de qualidade regular e boa em vários trechos, mas caiu para péssima”, explica a diretora da fundação, Malu Ribeiro.
De acordo com a especialista, o rio ficou praticamente sem oxigênio em um trecho de 298 quilômetros entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro.
“Foram quase 300 quilômetros afetados diretamente por essa poluição arrastada da região metropolitana. O lodo ainda está deixando a água acinzentada, formando espumas onde tem corredeira e, nos trechos de remanso, ele vai ficando acumulado e vai comprometendo ainda mais a condição ambiental.”
Nesta quarta-feira, uma espuma tóxica causada por produtos despejados na água sem o devido tratamento voltou a tomar conta do rio em Salto. Mesmo assim, para a SOS Mata Atlântica, a previsão para os próximos anos é otimista.
“A gente sabe que, a cada litro de esgoto tratado, 20 litros de água se recuperam. Na medida que a gente vai coletando e tratando o esgoto, o rio vai retornando à vida, e isso ajuda a minimizar os impactos da crise hídrica, da escassez que nós estamos vivenciando. É extremamente importante que ações conjuntas sejam feitas e que passe a ser caro poluir. Infelizmente, ainda é muito barato poluir águas e rios enormes, como o Tietê, no nosso país”, completa.
*Informações/g1