Caso veio à tona durante discurso do vereador Chandelly Protetor (Podemos), na Câmara; Saev Ambiental e Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) investigam o caso.
Um fenômeno recorrente tem chamado a atenção de pessoas que passaram pelo Parque da Cultura, em Votuporanga/SP, certa quantidade de espuma branca sob as águas da represa, sem odor forte. O fato resultou na foto registrada por um leitor do Diário, na manhã do dia 9 de junho.
À época, junto com a imagem surgiu a dúvida sobre as causas do fenômeno, geralmente vinculado a contaminação por descarte irregular de resíduos ou ao desequilíbrio da fauna aquática da represa. O longo período de estiagem também pode ter contribuído para o aparecimento da espuma. Ainda não se sabe o que é, e se ela é tóxica, uma vez que pessoas utilizam o local para a pesca.
O assunto foi veio à tona, durante a 26ª Sessão Ordinária da Câmara, desta segunda-feira (2), quando o vereador Chandelly Protetor (Podemos) citou a represa próxima ao local, situada na Avenida Paschoalino Pedrazzoli.
“Recebi uma denúncia hoje de que naquela represa, aquele lago atrás do Assary, está poluído, está formando até espuma. Eu gostaria que a SAEV Ambiental tomasse a frente para fazer uma investigação sobre o que está ocorrendo lá na represa”, explanou Chandelly que aproveitou para encarregar o companheiro de parlamento Daniel David (MDB), líder do Governo na Câmara, para levar o pedido adiante.
David informou ainda durante o questionamento de Chandelly que a situação já estava sendo analisada.
O que diz a Saev Ambiental
Procurada nesta terça-feira (3) pela reportagem do Diário de Votuporanga, a Saev Ambiental informou que a origem da espuma que se formou na superfície da represa do Parque da Cultura ainda é desconhecida.
Contudo, salientou que “técnicos da Autarquia estão se deslocando até o local para averiguar a situação, apontar as causas do incidente, e se necessário, aplicar as sanções cabíveis.”
Ainda de acordo com a Saev Ambiental, vale “destacar que, a espuma que surgiu no Parque da Cultura não tem correlação com as questões atuais que envolvem a perda da qualidade da água na represa da Rua Paschoalino Pedrazolli. Tal fato foi divulgado amplamente pelos veículos de comunicação do município.”
A Autarquia afirmou que no momento, “as equipes da Saev Ambiental e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) aguardam os resultados das amostras coletadas na represa para compreender em detalhes o que vem causando a queda no nível de qualidade da água, contribuindo diretamente na mortandade dos peixes. Preliminarmente, o que se constatou pelos técnicos é que tais condições encontradas no local apontam para a frequente atividade humana, como a pesca, sobretudo, pelo uso dos itens para a prática da atividade, como ração para cães e gatos, e alimentos em geral. A pesca é expressamente proibida no local.”
Saev Ambiental considerou o excesso de matéria orgânica gerado por essas iscas, como um dos principais causadores da baixa no nível de oxigênio na água da represa; além disso, a queda atípica na temperatura neste inverno, o prolongado período de estiagem, e o crescimento de plantas na superfície da represa impactam na produção de oxigênio.
Por fim, a Saev explica que “recentemente, no início do mês de julho, a Saev concluiu a operação de limpeza dessas plantas e algas na superfície da represa. Apesar da ação, as equipes da Autarquia e da Cetesb constataram o contínuo crescimento dessas plantas, e portanto, permanecem monitorando o pH e as taxas de oxigênio dissolvido na água, que obtiveram melhora logo após a operação de limpeza.”