Espanha fecha aeroporto por causa de cinzas do vulcão Cumbre Vieja

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Vulcão Cumbre Vieja está ativo e expele fumaça na ilha espanhola de La Palma. Foto: DESIREE MARTIN/AFP

Erupção cresceu com duas novas bocas de lava e obrigou retirada de pessoas; 6.200 moradores e 420 construções já foram afetados.


O aeroporto da ilha espanhola de La Palma, no sudoeste do país, afetada pela erupção do vulcão Cumbre Vieja, foi fechado por causa do acúmulo de cinzas, informou neste sábado (25) o órgão que administra os aeroportos espanhóis.

O aeroporto está “inoperante devido ao acúmulo de cinzas”, anunciou a AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea).

“As tarefas de limpeza já começaram, mas a situação pode mudar a qualquer momento”, acrescentou, esclarecendo que os demais aeroportos das Ilhas Canárias, um dos principais destinos turísticos da Espanha, “estão operacionais”.

Na sexta-feira (24), os primeiros voos para La Palma foram cancelados depois da erupção do vulcão no último domingo.

A ministra da Saúde, Carolina Darias, que pretendia visitar a ilha, cancelou a viagem devido à suspensão de várias conexões aéreas “e à impossibilidade de viabilizar outras soluções por mar”, segundo nota do ministério neste sábado.

O vulcão teve um aumento em sua atividade na noite de sexta-feira, encadeando seguidas explosões e rugindo como não havia acontecido até então.

Duas novas bocas se abriram, despejando lava em alta velocidade e fazendo o vulcão cuspir rochas muito mais longe.

As cinzas tornaram o aeroporto de La Palma inoperante na manhã deste sábado (25), de acordo com a entidade que administra os terminais do país

Desabrigados

O medo do desabamento de uma parte do cone vulcânico levou à ordem de esvaziamento de outra área da ilha, medida que afetou 160 pessoas e eleva para mais de 6.200 o número de habitantes que tiveram que deixar suas casas.

“O pico de intensidade do vulcão sofreu um grande aumento”, disse Miguel Ángel Morcuende, diretor do Pevolcan (Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias), a repórteres na noite de sexta-feira.

“Os fluxos de lava, que são de alta temperatura e alto teor de gás, são pouco viscosos e podem saltar sobre obstáculos geográficos”, afirmou María José Blanco, do ING (Instituto Geográfico Nacional) na mesma entrevista coletiva.

“Dois novos centros emissores surgiram no cone vulcânico […], que emitiam lavas de grande velocidade e fluidez”, e seu desenvolvimento suscitou o receio de “uma desestabilização do setor do cone principal”. Por essa razão, “decidiu-se tomar medidas de evacuação”, acrescentou.

De acordo com o sistema de medição geoespacial europeu Copernicus, o fluxo de lava cobre uma área de 190 hectares e já destruiu 420 edifícios.

*Informações/R7