“Não poderia deixar de homenagear, ainda que de forma breve, este meu grande companheiro de arte”, Cláudio Di’Bara Luna.
Por Cláudio Di’Bara Luna
Neste ano de 2025, o grande Chef Gois — que fez brotar em Votuporanga/SP as raízes inatas de seu talento — celebra 11 anos de profissão. E, como escritor e poeta, não poderia deixar de homenagear, ainda que de forma breve, este meu grande companheiro de arte.
Conheci Gabriel Gois em abril de 2020. Em um dos nossos primeiros encontros, experimentei uma costelinha ao barbecue autêntica, acompanhada de um risoto maravilhoso. Estávamos sentados no chão de seu singelo apartamento, com os pratos nas mãos e o silêncio pairando no ar. Acompanhei cada etapa da preparação, e a destreza do chef se revelava em cada gesto. Mas foi na simplicidade que percebi a verdadeira arte de Gabriel: cada garfada trazia a generosidade de seu sorriso, a dedicação de suas mãos habilidosas e a alquimia de temperos que vão do amor ao divino supremo de uma composição.
Nunca esquecerei esse dia. São nesses momentos eternizados que compreendemos o valor da arte em nossas vidas — seja na gastronomia ou na literatura. Chef Gois eterniza sensações em cada prato, sejam releituras ou criações autorais.
Hoje, Gabriel Gois está se especializando e aprimorando seus conhecimentos, prometendo um retorno triunfal que marcará uma nova fase em sua carreira.
Para finalizar, compartilho um trecho poético que escrevi sobre as marcas que sua gastronomia deixou em meu coração: “Do vinhedo você escolhe as boas uvas, e suas mãos buscam no falerno a imposição de sua própria cultura. Seus dedos orquestram alquimia, de narcos de carne a versos de poesia. Sua avó com certeza sorri de alegria — foi dela o pontapé inicial de toda essa sua maestria. Sim, você é um artista, e seu corpo à la carte faz jus a um pronto encarte, o qual você descontrói com a dignidade de sua arte. Chef Gois, menino eterno atentado, do pudim como um transporte divino — sua marca registrada — leva todos aos céus com uma boa e simples garfada. Da costelinha ao barbecue, americanismo aperfeiçoado, mas que não deixa de lado, é claro, o brasilianismo com viés artístico de um nó atado. E o que falar do risoto? Ai, que gostoso! Faltam rimas para um prato tão formoso. Quando veste sua armadura, é transmutação para o talento inato — o sol que rege o universo e traz às estrelas o brilho de um audacioso prato.”
Obrigado, Chef Gois, por me mostrar o lado mágico da gastronomia.